Brasilia – O Superior Tribunal de Justiça (STJ) autorizou, nesta quinta-feira, a abertura de inquéritos para investigar o governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão (PMDB), o ex-governador do Rio Sérgio Cabral (PMDB) e o governador do Acre, Tião Viana (PT), após pedidos protocolados pela Procuradoria-Geral da República (PGR). Eles foram são suspeitos de envolvimento no esquema de desvio da Petrobras, já que foram citados por delatores da Operação Lava-Jato.Conforme informações do jornal O Globo, assim como nos casos no Supremo Tribunal Federal (STF), os processos devem tramitar sem sigilo. Governadores têm foro privilegiado junto ao STJ, e não ao STF. Por isso, até o fim do dia, há expectativa de que o ministro Luís Felipe Salomão, relator do caso no STJ, divulgue mais informações.
Entre os envolvidos nas delações, uma outra autoridade tem foro junto ao STJ: o ex-ministro das Cidades Mário Negromonte, que exerce atualmente o cargo de conselheiro do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM) da Bahia. Negromonte, porém, será investigado em inquéritos no STF, por conta da conexão a fatos supostamente cometidos por parlamentares do PP.
Na Suprema Corte, os inquéritos foram instaurados na noite da última sexta-feira. São 49 investigados, entre eles 12 senadores e 22 deputados federais. Os presidentes da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), estão na lista.
Em depoimentos colhidos na Operação Lava-Jato, o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa disse ter arrecadado R$ 30 milhões para “caixa 2” da campanha de Sérgio Cabral e Luiz Fernando Pezão (PMDB) ao governo do Rio em 2010. Na época, Pezão era candidato a vice-governador.
Costa disse ter se encontrado com os dois e com Regis Fichtner, ex-chefe da Casa Civil do Rio, para tratar de uma “ajuda” à reeleição de Cabral. O ex-diretor da Petrobras disse ter arrecadado o dinheiro com empreiteiras que atuavam na obra do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj). Pezão nega a conversa com Costa e diz que o delator precisa provar o que diz.
O ex-diretor disse ainda ter repassado a Tião Viana R$ 300 mil provenientes do esquema de corrupção. Segundo ele, a anotação “0,3 Tvian” em sua agenda é referente ao valor pago ao governador do Acre em 2010.
* ZH e agências