Paris – Em encontro com integrantes dos governos da Alemanha, Noruega e do Banco Interamericano de Fomento (CAF), em Paris, França, na COP21, o governador do Amazonas, José Melo, apresentou projeto de prevenção, controle e combate às queimadas. O encontro foi durante o evento da Força-Tarefa de Governadores para o Clima e Floresta, na tarde desta terça-feira, 8 de dezembro.
Melo falou sobre os esforços feito pelo Estado para preservar o meio ambiente mas salientou ser necessário ter a ajuda internacional a fim de fortalecer as ações. Ele destacou que na última década o Amazonas vem trabalhando para reduzir a taxa anual de desmatamento e implementou as áreas protegidas estaduais que passaram de 7,4 milhões de hectares para cerca de 19 milhões de hectares, o que mostra evolução de de 156%.
Também foi aprovada a Lei de Serviços Ambientais que criou a Política Estadual de Serviços Ambientais e o Fundo Estadual de Mudanças Climáticas, Conservação Ambiental e Serviços Ambientais e destacou que está em fase final de revisão a minuta de lei da Regularização Ambiental das propriedades rurais do Estado.
O governador salientou o investimento feito no setro primário com o Plano Safra. Num pacote de investimentos de R$ 32 milhões que pretende atender cerca de oito mil produtores com atividades de assentamento e extensão rural ao fomento, tudo feito de forma sustentável.
“Os instrumentos que já implementamos permitirão a remuneração daqueles que garantem a integridade da floresta. Estamos avançando e fazendo nossa parte, mas precisamos de apoio sobretudo para estabelecer novas estratégias que permitirão a prevenção das queimadas e emissões de gases de efeito estufa para garantir a integridade dos recursos naturais, a qualidade dos serviços ambientais e a qualidade de vida da população amazonense”, disse o governador.
Melo explicou que o fogo na Amazônia são queimadas para desmatamento, incêndios florestais rasteiros e queimadas e incêndios em áreas já desmatadas. “Os danos que esse fogo causa são muito significativos. O incêndio de desmatamento é considerada a forma mais dramática de alteração das florestas pelo homem, aniquilando a vegetação, eliminando animais silvestres, comprometendo os recursos hídricos e com isso empobrecendo o solo e trazendo prejuízos a agricultura, piscicultura e pecuária”.
O governador lembrou que, em razão da grande umidade retida pelas árvores e ambiente, a floresta amazônica era considerada até pouco tempo naturalmente protegida contra queimadas e incêndios, mas com as grandes estiagens, como as de 1997, 2005, 2010 e 2015, tidas como as maiores já registradas e que foram causadas pela mudança climática global, percebeu-se que este ecossistema é vulnerável ao fogo.
“Nós no Amazonas estamos vendo a transformação na natureza acontecer ano após ano ao nosso lado, bem próximo de nós, e precisamos conter isso, mas não temos condições de agir sozinhos, por isso estamos em busca de parcerias significativas”.
Melo detalhou que o projeto visa sensibilizar a população para os riscos e os impactos que as queimadas podem causar por meio de campanhas educativas e de sensibilização com distribuição de material educativo, estabelecimento de pacto com os municípios, ações de assistência técnica, formação de brigada pelo Corpo de Bombeiros e monitoramento diário para detectar a ocorrência dos focos de queimada e desmatamento; também articular ações de assistência técnica aos produtores rurais para prevenção e controle do uso do fogo nas propriedades rurais; formar ou reativar brigadas para combater as queimadas nos municípios; criar mecanismos de monitoramento dos focos de queimadas e criar comitês municipais de prevenção e combate às queimadas.
“Nosso compromisso será o de fiscalizar intensamente e não permitir que as queimadas avancem”, concluiu José Melo.
Amazonianarede-Secom