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Rio – O Maracanã corre sério risco de não ficar completamente pronto para a Copa das Confederações de 2013, que começa em 15 de junho. Entre os responsáveis pelas obras de adequação do estádio, há o temor de que a reforma não esteja 100% finalizada até o fim de abril, o “limite do limite” estabelecido pela Fifa no fim de 2012. Os engenheiros do consórcio responsável pela reforma, formado pelas construtoras Odebrecht e Andrade Gutierrez, já admitem internamente a possibilidade de que os trabalhos terão de ser interrompidos para a disputa da Copa das Confederações. Terminado o torneio – considerado o grande teste do país para o Mundial do ano que vem -, os trabalhos seriam retomados. Ou seja: no ensaio geral, para a Copa, o principal estádio, palco da grande final, pode estar incompleto. O primeiro jogo da Copa das Confederações no Maracanã está marcado para 16 de junho, entre México e Itália. A Fifa assume a gestão do estádio em 24 de maio.
O receio de que o prazo para o término das intervenções não seja suficiente é tamanho que as empresas que compõem o consórcio estão remanejando operários de outras obras em uma tentativa de acelerar ao máximo os serviços. Funcionários que trabalham na construção da linha quatro do metrô, que vai ligar a Zona Sul do Rio à Barra da Tijuca – parte do projeto carioca para os Jogos Olímpicos de 2016 -, começam a ser deslocados para o Maracanã. Ainda assim, a Secretaria de Estado de Obras, o Consórcio Maracanã 2014 e a Empresa de Obras Públicas do Estado do Rio (Emop) mantém o mesmo discurso: por meio de suas assessorias, garantem que o Maracanã será repassado à Fifa com 100% de conclusão, incluindo as intervenções intramuros, cuja licitação foi vencida também pela Odebrecht, na semana passada. A Emop disse, porém, que não vai mais divulgar parciais de conclusão (a última indicava 80% ao fim de dezembro). Disse ainda que não iria se manifestar “sobre suposições e hipóteses”.
“As obras vão terminar em abril e em 24 de abril haverá o primeiro evento-teste”, informa o órgão público. Anteriormente, porém, quando apresentada a possibilidade de que o ritmo atual de trabalho seria insuficiente para a finalização total da obra, a Emop disse apenas que o Maracanã seria entregue “em condições” de receber os jogos da Copa das Confederações. “O importante é que vamos entregar o estádio para a Fifa”, dizia a empresa. Desde o início da reforma, no segundo semestre de 2010, o Maracanã sofre com sucessivos atrasos no cronograma. Naquela ocasião, prometia-se a reformulada arena para dezembro de 2012, prazo inicial estipulado pela Fifa. Em março de 2011, contudo, o consórcio informou que toda a marquise do Maracanã e sua estrutura estavam seriamente comprometidas, o que exigiria uma adaptação do projeto inicial para a nova cobertura. Tal obstáculo, além de atrasar consideravelmente o cronograma, elevou o orçamento estipulado em 704 milhões de reais para quase 1 bilhão (revisado, após análise do TCU, para cerca de 860 milhões).
Com o problema, o novo prazo de entrega foi marcado para fevereiro de 2013. Em maio de 2012, o presidente da Emop, o engenheiro Ícaro Moreno, disse que o limite era “apertado” e seria necessário “correr muito”, mas reafirmava que as chaves seriam entregues no último dia deste mês. Moreno também estipulava que o levantamento da estrutura que dará sustentação à nova cobertura seria feito em outubro. Esse estágio está sendo finalizado só agora. A instalação da lona que protegerá 76.000 dos 79.000 assentos ainda não começou.
Deveria estar concluída em novembro, ainda segundo a estimativa de Moreno. Na última quarta, em visita ao Rio, o secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, disse estar “confiante de que todos os estádios serão entregues até abril”. O presidente do Comitê Organizador Local (COL), José Maria Marin, afirmou: “A informação que nós temos é que os prazos serão cumpridos. Já agendamos o jogo com a Inglaterra no dia 2 de junho. Não iríamos correr o risco de chamar a Inglaterra e o Maracanã não estar pronto”.