Manaus tem 3ª cesta básica mais cara do país

Em fevereiro de 2016, o conjunto de itens alimentícios essenciais custou R$ 405,72 na capital amazonense
Em fevereiro de 2016, o conjunto de itens alimentícios essenciais custou R$ 405,72 na capital amazonense
Em fevereiro de 2016, o conjunto de itens alimentícios essenciais custou R$ 405,72 na capital amazonense

MANAUS, AM – No mês de fevereiro, o custo da cesta básica de Manaus apresentou alta comparativamente ao mês anterior ficando em R$ 437,86, de acordo com pesquisa realizada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

Com o aumento do valor da cesta, Manaus passa a ocupar 3° colocação no ranking das cestas mais caras, dentre as 27 capitais onde é realizada a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos, seguindo definições do Decreto-Lei 399, de 30 de abril de 1938.

O preço da cesta básica de Manaus, composta por 12 produtos, subiu 7,92% em relação ao mês de janeiro. No mês anterior o conjunto de itens alimentícios essenciais custava R$ 405,72. Em fevereiro de 2015 a cesta básica custou R$ 321,29.

Cesta x salário mínimo

Comparativamente com janeiro de 2016 um trabalhador que ganha um salário mínimo em Manaus comprometeu, em fevereiro de 2016, 54,08% de seu rendimento líquido – R$ 809,60 após o desconto de 8% referente à contribuição previdenciária – com a aquisição dos alimentos básicos. Em janeiro o comprometimento foi de 50,11% de seu rendimento líquido.

Este mesmo trabalhador precisou trabalhar 109 horas e 28 minutos para comprar a cesta básica em fevereiro. Em janeiro a jornada exigida era de 101 horas e 26 minutos. Em fevereiro de 2015, a jornada exigida foi de 89 horas e 42 minutos.

Alimentação

O custo da cesta básica para o sustento de uma família de quatro pessoas (dois adultos e duas crianças, sendo que estas consomem o equivalente a um adulto) foi de R$ 1.313,58 durante o mês de fevereiro.

Esse valor equivale a aproximadamente 1,49 vezes o salário mínimo bruto, fixado pelo governo federal em R$ 880,00. No mês anterior, o custo da cesta básica para esta mesma família era ligeiramente inferior e foi de R$ 1.217,16.

Comportamento dos preços

Na capital amazonense, a cesta básica custou, em fevereiro, R$ 437,86. Dez produtos apresentaram alta e dois tiveram queda nos seus preços no mês analisado, influenciando o custo total da mesma que ficou 7,92% mais cara no mês.

A banana (32,42%) foi o produto que apresentou maior alta no mês seguido da farinha (16,89%), do feijão (9,67%), do tomate (9,50%), da manteiga (9,44%), do açúcar (6,22%), do café (5,54%), do leite (2,54%), do arroz (1,86%) e do óleo (1,54%). A da carne (-1,74%) foi o produto que apresentou maior queda no mês seguido do pão (-0,52 %).

A banana foi o produto que apresentou maior alta no mês na capital amazonense com variação em relação ao mês anterior de 32,42%. O prolongamento que houve da estiagem em regiões do norte do país como no Amazonas e em Roraima prejudicaram a oferta e a qualidade do produto provocando o aumento nos preços. Nos dois primeiros meses do ano acumula variação de (40,59%).

A farinha de mandioca foi outro produto regional que teve aumento no seu preço alcançando, em Manaus, uma variação de 16,89% em relação a janeiro que também apresentou alta e outras 14 cidades, principalmente do norte do país. Alguns fatores restringiram a oferta da mandioca: retração de parte dos agricultores à espera de melhores preços e clima desfavorável à colheita. No acumulado do ano apresenta variação de (17,19%).

A alta do feijão (9,67%) em Manaus também aconteceu em outras 25 cidades brasileiras. Para o feijão carioquinha – pesquisado na região Norte, Nordeste, Centro-Oeste e nas cidades de Belo Horizonte e São Paulo – foram registradas elevações entre 2,73% em Campo Grande e 22,77%, em Aracaju; exceto Belo Horizonte (-3,57%).

Com as lavouras prejudicadas pelo clima, houve tanta redução na oferta quanto na qualidade do grão, e o preço do feijão carioquinha seguiu em alta e influenciou também a cotação do feijão preto. No ano acumula alta de (23,66%).

Apesar de o preço do tomate ter apresentado queda em 18 das 27 cidades em Manaus, o produto teve alta de (9,50%). A intensificação da colheita em algumas regiões elevou a oferta e diminuiu o preço do tomate em algumas cidades. Entretanto, esse efeito ainda não foi detectado na capital amazonense. Nos dois meses do ano acumula alta de (43,50%).

Salário mínimo necessário é R$ 3.725,01

Com base no total apurado para a cesta mais cara, a de São Paulo, e levando em consideração a determinação constitucional que estabelece que o salário mínimo deve ser suficiente para suprir as despesas de um trabalhador e sua família com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência, o Dieese estima mensalmente o valor do salário mínimo necessário.

Em fevereiro de 2016, o salário mínimo necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas deveria equivaler a R$ 3.725,01, ou 4,23 vezes mais do que o mínimo de R$ 880,00. Em janeiro, o mínimo necessário correspondeu a R$ 3.795,24, ou 4,31 vezes o piso vigente.
Custo da Cesta Básica oscila nas capitais do Brasil.

Em fevereiro de 2016, o custo do conjunto de alimentos básicos aumentou em 13 capitais do Brasil e diminuiu em outras 14, conforme resultado da Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos, realizada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

As maiores altas ocorreram em capitais do Norte – Macapá (8,93%), Belém (8,64%) e Manaus (7,92%). As maiores retrações aconteceram em Vitória (-8,45%), Palmas (-7,80%) e Campo Grande (-6,00%).

São Paulo foi a capital com maior custo da cesta básica (R$ 443,40), seguida de Brasília (R$ 438,69), Manaus (R$ 437,86) e Florianópolis (R$ 430,69). Os menores valores médios foram observados em Natal (R$ 331,79), Salvador (R$ 337,84), Maceió (R$ 347,38) e Rio Branco (R$ 349,22).

Nos dois primeiros meses de 2016, as maiores variações acumuladas foram observadas em Manaus (19,05%), Aracaju (18,43%), Belém (15,60%) e Fortaleza (13,10%).

As menores altas ocorreram em Curitiba (0,25%) e Florianópolis (1,56%). As duas únicas quedas foram anotadas em Porto Alegre (-1,78%) e Campo Grande (-0,15).

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