Manaus, sem lei e sem ordem, perde turistas.

Carlos Costa

Carlos Costa*

Espremidos entre camelôs, mau cheiro produzido por urina nas ruas, balburdia, insegurança e falta de coragem política e consciência coletiva de um todo por uma parte do Ministério Público Federal que deve ter lá suas razões, os proprietários de hotéis do centro de Manaus vão sobrevivendo como podem, perdendo os poucos e teimosos turistas que ainda buscam se aventurar em hotéis de selva. Com essa realidade, os hotéis ficam vazios, a receita tributária do Estado e Município ficam reduzidas em termos de valores monetários.

Desde 1982, quando assessorei na área de Comunicação Social, comecei a ouvir e divulgar documentos sobre a luta por um espaço específico para camelôs, próximo ao quadrilátero central de Manaus, um Shopping Popular. A Associação Comercial do Amazonas sempre lutou pela criação de um espaço específico para a convivência pacífica e sadia entre a classe de ambulantes, que passaria a emitir também nota fiscal, como os comerciantes estabelecidos.

Dois ex- presidentes da ACA que mais defendiam a ideia de um espaço específico para o trabalho dos vendedores ambulantes, José Lopes da Silva e Jorge Alberto Souto Loureiro, assumiram cargos importantes na administração municipal do Prefeito Serafim Correa. Cheguei a pensar que uma solução definitiva para o impasse estaria próxima, mas me enganei e a convivência ruim que sempre existiu entre camelôs e comerciantes com acusações de lado a lado contra a sujeira nas ruas, por exemplo, vai continuar existindo até que um prefeito resolva esse problema.

De propriedade do empresário Cassiano Cirilo Anunciação, prédios históricos onde funcionaram a Loteria Estadual e mais tarde a Companhia de Eletricidade de Manaus – CEM, no conhecido Castelinho, também funcionaram vários bares, os conhecidos bordeis ou lupanares, em um quarteirão inteiro ao lado do Banco do Brasil, nas proximidades da Praça da Matriz, foi adquirido há mais de dois anos pelo Governo do Estado, mas até hoje nenhuma obra de restauração ou outra destinação qualquer foi iniciada no sentido de restaurar, recuperar ou transformar o local em um Shopping Popular para abrigar os milhares de camelôs autorizados ou não.

Entra prefeito, sai prefeito e uma solução não é encontrada para o problema dos camelôs. Para piorar ainda mais, as áreas do porto de Manaus, do Mercado Municipal Adolpho Lisboa, da Feira do Peixe e da Banana, na Rua Lourenço Braga, o trânsito é precário, engarrafado, travado, com filas duplas e triplas de caminhões de cargas e não existem áreas demarcadas para idosos, gestantes, deficientes e portadores de necessidades especiais como determinam Legislações Suplementares do Contran, ao Código Brasileiro de Trânsito, que tornaram obrigatória a reserva de 10% de todas as vagas existentes em qualquer espaço público ou privado a essas pessoas. Em outubro e depois novembro do ano passado, o diretor do Intrans, coronel Walter Cruz prometeu e não cumpriu a demarcação e instalação desses espaços prioritários. E o trânsito naquela área específica continua um caos, com muitos problemas e quase nada de policiamento municipal e nem demarcação de espaços determinados por Resoluções do Contran. Uma vergonha!

E assim, Manaus vai vivendo, sem lei, sem ordem, sem progresso e sem turistas que fogem do fedor de mijo ao lado das barracas dos vendedores ambulantes que não possuem locais adequados para a venda de seus produtos e nem banheiros químicos para os utilizarem. Até quando isso vai perdurar?

*Carlos Costa Escritor, cronista e jornalista: blog: carloscostajornalismo.blogspot.com

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