Um relatório da Polícia Federal apontou que o filho caçula do ex-presidente Lula, Luís Cláudio Lula da Silva, teria copiado trechos da internet para fazer uma consultoria. É aquele serviço pelo qual ele teria recebido R$ 2,5 milhões.
Os investigadores disseram que o trabalho foi feito no estilo Ctrl+C, Ctrl+V, e que boa parte do material foi uma montagem de cópia do que já estava na internet. As investigações sobre as atividades do filho do ex-presidente Lula estão sendo ainda aprofundadas.
A Polícia Federal analisou quatro relatórios de uma consultoria contratada pela empresa Marcondes & Mautoni, de Mauro Marcondes, preso na Operação Zelotes e indiciado por associação criminosa, corrupção ativa e lavagem de dinheiro.
Pelo trabalho, a empresa LFT Marketing Esportivo, do filho de Lula, recebeu R$ 2,5 milhões. As investigações revelaram que boa parte do material foi inspirada na internet.
A TV Globo teve acesso a esse relatório que comparou páginas da consultoria com informações da internet. Na definição da Wikipédia, uma enciclopédia virtual feita a partir de colaborações de usuários, o desporto “visa equilibrar a saúde ou melhorar a aptidão física e ou mental e proporcionar o entretenimento aos participantes”.
É o mesmo texto, segundo a Polícia Federal, usado na página cinco do relatório da consultoria. O mesmo acontece no texto da Wikipédia sobre a Arena Fonte Nova, em Salvador. É igual ao usado na página 80 da consultoria.
Uma tese de doutorado foi usada, em parte, na página 68 da consultoria, diz a PF. Pelo menos 29 páginas da consultoria têm reproduções da internet. O material foi entregue pelo próprio Luís Cláudio Lula da Silva. Os pagamentos dessa consultoria foram feitos entre junho de 2014 e março de 2015 e há suspeitas de que o valor chegou a R$ 4 milhões.
Os investigadores querem saber se a consultoria foi entregue antes ou depois da Operação Zelotes. Luís Claudio não foi indiciado e um novo inquérito foi aberto para aprofundar as investigações. Segundo a PF, o filho de Lula também copiou trechos de reportagens de revistas e de jornais, além do Google, site de buscas na internet.
A conclusão: Há indícios de que os relatórios praticamente foram montados com base na internet. Têm o mesmo texto ou textos com pequenas alterações, para camuflar sua autenticidade. Não tendo o autor sequer mencionado as fontes. E, fazendo um paralelo entre o trabalho analisado e os valores do contrato, há fortes indícios de que os relatórios tenham sido produzidos meramente para justificar vultosas movimentações financeiras entre as empresas investigadas, prática já conhecida nessa investigação.
Em nota, os advogados de Luís Cláudio Lula da Silva disseram que não procede a afirmação da Polícia Federal de que há fortes indícios de que os relatórios tenham sido produzidos para justificar movimentações financeiras entre as empresas investigadas.
Segundo eles, a Polícia Federal não encontrou nenhuma ilegalidade nas atividades de Luís Cláudio. E há sucessivas tentativas de minar a credibilidade e comprometer a atuação profissional dele. O Bom Dia Brasil não conseguiu contato com a empresa Marcondes & Mautoni.
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