Europa – Cristiano Ronaldo perfuma futebol com um dos gols mais bonitos da história da Liga dos Campeões. Gol fantástico de bicicleta do português leva italianos a reverenciar o craque aplaudindo de pé a obra-prima.
E olha que era o segundo do Real Madrid na vitória com autoridade por 3 a 0 contra a Juventus nesta terça-feira (03/4) em Turim. Resultado deixa clube espanhol muito perto das semifinais do torneio. Faz o segundo jogo em casa contra um adversário pulverizado.
Aliás, Cristiano Ronaldo não deu tempo para entender como o jogo se transcorreria no primeiro tempo. Com 2 minutos e 48 segundos, o craque português balançava as redes de Buffon ao desviar cruzamento de Isco, que havia recebido belo passe de Marcelo.
Era o gol 118 de Cristiano na Liga dos Campeões – o 13.º em 9 jogos da edição 2017/2018 do maior torneio do mundo de clubes.
Bom, vamos voltar ao jogo. Esse gol enfureceu ainda mais a massa italiana no Allianz Stadium, a casa da Juve, contra Cristiano. A ordem era aumentar a voltagem, inflamar os jogadores juventinos em busca do empate e da virada. Não havia mais cautela, nem tempo para estudar os movimentos do Real.
Tudo começava com Khedira acionando Douglas Costa e Dybala, encarregados de pegar a bola, zarpar ao campo inimigo e abrir o jogo com as investidas de Alex Sandro e De Sciglio nas extremas. Tudo a mil por hora. Ainda havia alternativa de troca de passes com as infiltrações de Khedira e Bentancour.
Se tudo estava conectado, faltava à Juve mais finalizações. Deixar de costurar todos os lances dentro da área espanhola.
Diante dessa postura do inimigo, Real Madrid se sentia pressionado, mas sem perder a compostura. Tinha o jogo moldado ao seu estilo. Era dar o bote com Casemiro e Kross, acionar Modric e dali buscar o sol com Cristiano Ronaldo.
Contra-ataques à disposição. Qualquer deslize, descuido do rival, poderia ser fatal. A Juventus não cometeu nenhum erro e o Real não adoçou a boca.
No segundo tempo, Cristiano aparece com 4 minutos e por pouco não faz o segundo gol. Dybala dá o troco aos 10 em cobrança de falta, com direito a bola desviando na barreira e quase iludindo Navas.
Se havia chumbo trocado no início, o cenário não estava muito fora do padrão do primeiro tempo. A diferença é que Dybala, assim com Isco havia feito nos 45 minutos iniciais, resolveu assumir o protagonismo da partida. Momento em que Zidane deu um sopro de vida ao seu time com Lucas Vasquez no lugar de Benzema.
Dybala queria tudo, mesmo contra um Real mais arejado e forte no ataque. Bem, aí Cristiano pediu passagem novamente.
Em um contra-ataque, o craque arrumou lance para Lucas Vasquez bater e Buffon fazer um milagre. Bola volta para direita e Carvajal cruza na marca do pênalti, no alto, e Cristiano Ronaldo emenda com uma bicicleta espetacular. Buffon só ouviu o barulho da rede: gol. A terra tremeu.
Italianos, mesmo inconformados, se levantam das arquibancadas e aplaudem o craque de pé. Naquele momento não havia espaço para sentir a dor do segundo gol sofrido. Era hora de reverenciar o futebol e a arte do melhor jogador do mundo. Ninguém ali se atreveria pensar diferente. Consternado, Cristiano agradeceu a honraria.
Estatística dava um salto. Em 9 jogos da atual Liga dos Campeões, ele marcava o 14.º gol – o seu 119 na história do torneio.
Juventus teria de se recuperar do golpe, despertar do perfume de Cristiano e se matar em busca de um empate improvável. As coisas se complicaram ainda mais quando Dybala saiu expulso. Não havia como reagir.
E tudo escureceu para o time italiano quando Cristiano serviu Marcelo para fazer o terceiro, com menos de 30 minutos. A Juventus estava pulverizada nas quartas de final. Jogo da volta em Madrid será protocolar para o Real chegar pela oitava vez consecutiva à semifinal da Liga dos Campeões.
Quem tem Cristiano Ronaldo sempre está no céu.
Amazonianarede-AFP
