Brasília – Em setembro, os juros médios do cheque especial foram de 183,28% ao ano. É o maior valor em mais de 15 anos, desde abril de 1999, quando marcaram 193,7%. A taxa também representou um salto de 10,5 pontos percentuais em relação a agosto (172,8%) e de 40 pontos em comparação com setembro de 2013 (143,23%).
Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (30) pelo Banco Central (BC). Essa porcentagem representa um valor médio em todo o país e pode mudar em cada banco e para cada cliente (seu banco pode cobrar mais ou menos de você).
Ontem, o Comitê de Política Monetária (Copom), do BC, subiu a taxa básica de juros (Selic) de 11% para 11,25% ao ano. A Selic é uma referência para o mercado, mas as taxas reais cobradas do consumidor final são muito mais altas, como se vê pelos números do cheque especial.
Considerando todas as modalidades de crédito (financiamento, cartões e o próprio cheque especial), o custo médio em setembro foi de 27,5% ao ano (redução de 0,4 ponto em relação a agosto e alta de 1,9 ponto em comparação com setembro de 2013).
O calote dos consumidores em operações como financiamentos e cartão de crédito (chamadas de crédito de recursos livres) ficou em 5% em setembro, igual a agosto.
Em setembro, o spread bancário foi de 20,9 pontos percentuais, redução em relação aos 21,2 pontos percentuais de agosto. Spread é a diferença entre o que o banco cobra quando um cliente toma emprestado algum dinheiro e o que paga quando o cliente investe no banco.
Os valores de juros cobrados são diferentes para pessoas e empresas. Nos empréstimos às empresas, o custo médio alcançou 15,8% ao ano em setembro (igual a agosto e com alta de 1,1 ponto em relação a setembro do ano passado).
Com informações da Reuters