Infraestrutura de abrigo expõe imigrantes

14-10acreRio Branco, AC – A infraestrutura do abrigo de imigrantes não está suportando a crescente demanda de imigrantes. A situação está comprometendo a dignidade das pessoas que precisam do abrigo para legalizar a presença no país.

Os 30 banheiros e outro espaço de uso coletivo com mais 15 vasos sanitários que existem no abrigo já não suportam os atuais 365 imigrantes. A Secretaria de Justiça e Direitos Humanos contabiliza em aproximadamente 100 a 120 novos imigrantes diários.

Resultado: até para fazer as necessidades fisiológicas, os imigrantes não encontram local digno. O jeito é improvisar nas imediações. E aí, se intensificam os problemas com os moradores.

O Aposentado Antônio Vital é tranquilo. Mas uma situação constrangedora e corriqueira está tirando a paz da família dele e dos demais vizinhos. Antônio mora em uma propriedade rural, próxima à Chácara Aliança onde estão abrigados os imigrantes haitianos, senegaleses e dominicanos.

Eles se dirigem a um local isolado com uma garrafa d’água e fazem as necessidades fisiológicas. A Estrada Aquiles Peret é um desses lugares e fica ao lado da Chácara Aliança, local do abrigo. O lugar está tomado por fezes e garrafas.

Ao lado do muro com cerca de 300 metros de extensão, o matagal virou sanitário. “O mal cheiro aqui é horrível. Em dias de sol é pior ainda”, diz Vital. De acordo com o aposentado, até mulheres do abrigo usam a estrada para fazer suas necessidades fisiológica, sem se importar se é dia ou noite. “E também a gente vem aqui em família, com criança e vê pessoas nuas na estrada”, acrescenta.

Falamos com alguns imigrantes no momento em que saiam do abrigo. Um deles estava procurando um local menos movimentado, e levada uma garrafa d’água. Ele explicou que iria ao banheiro. Contudo, estava na estrada. O senegalês Mama Thierno explicou que no Senegal é comum usar o campo e não banheiros.

Segundo a administração do abrigo os imigrantes preferem usar o ambiente externo para fazer as necessidades fisiológicas. Uma das servidoras da limpeza explicou à nossa equipe que principalmente os senegaleses não têm costume de usar banheiros.

O mesmo problema relatado pelo vizinho da chácara também foi reclamado por moradores próximos do Parque de Exposições, na época em que o abrigo funcionava no local.

Fonte: O Alto Acre

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