Índios da transamazônica continuam desrespeitando a lei e cobrando pedágio

(Foto: Morador da área)

Os índios que habitam a área da Rodovia Transamazônica, no Sul do Amazonas, continuam desrespeitando a lei e cobrando de maneira irregular o pedágio pra carros que trafegam entre os município de Apuí, Manicoré e Hmuaitá. O fato vem provocando muitos aborrecimentos para quem trafega pela rodovia.

Ontem, domingo (29), os indígenas da etnia Tenharim montaram novamente um pedágio na rodovia Transamazônica (BR-230). A estrutura foi feita de madeira. As antigas barreiras de pedágio foram incendiadas, na sexta-feira (27), por moradores da cidadede Apuí e do distrito de Santo Antônio de Matupi, regiões no Sul do Amazonas e cortadas pela rodovia, durante protestos que cobram buscas por um grupo desaparecido na área. Os manifestantes acreditam que os índios sequestraram os três homens.

A estrutura do pedágio é feita de madeira e o valor cobrado depende do tamanho do veículo que passa pelo local. O motorista de um caminhão pode chegar a pagar a quantia de R$ 70 para continuar trafegando pela estrada.

Os moradores das proximidades da Transamazônica informaram que os índios deslocam a barreira de lugar em diferentes momentos do dia. Na tarde deste domingo (29), a estrutura estava montada nas proximidades do km 130 da rodovia. O pedágio foi criticado pela Federação de Agricultura e Pecuária do Estado do Amazonas (Faea) e é alvo de protestos na região do Sul do Amazonas.

Desaparecidos

As buscas pelos três homens continuam em uma região do km 85 da Transamazônica, em trecho situado entre os municípios amazonense de Humaitá e Manicoré. Ainda não há informações sobre os desaparecidos.

Ainda neste domingo (29), o Exército está instalando estrutura com alojamento para 200 pessoas, ponto para pouso de helicóptero e infraestrutura de assistência médica e alimentação. A cidade recebe equipes do Governo do Estado do Amazonas, Força Nacional, Polícia Militar do Amazonas, Polícia Rodoviária Federal, Polícia Civil de Rondônia e Corpo de Bombeiros. Os órgãos estão prestando apoio à Polícia Federal. Conforme a Polícia Militar do Amazonas, a situação é de tranquilidade na área.

Com o sumiço do grupo, as ameaças contra os indígenas da área aumentaram. O conflito se agravou no dia 25, quando moradores da região incendiaram bens da Fundação Nacional do Índio (Funai) em Humaitá e nas antigas instalações da Fundação Nacional de Saúde (Funasa).

Devido à violência dos protestos, 143 índios foram encaminhados para o 54º Batalhão de Infantaria de Selva (BIS), em Humaitá, a 590 km de Manaus e recebem proteção do Exército no local. Neste domingo (29), mais três indígenas foram isolados na base, apesar de determinação judicial que estabelece prazo de 24h para que o grupo volte para as aldeias. Caso eles não retornem, a Funai e a União poderão pagar multa diária de R$ 10 mil.

Conflitos

O Sul do Amazonas sofre com constantes conflitos agrários. A tensão na área se agravou após o desaparecimento de três homens na Transamazônica. Moradores culpam índios da etnia Tenharim de fazer o grupo refém dentro da reserva indígena, localizada na divisa entre os estados de Rondônia e Amazonas.

Segundo eles, a suposta ação dos indígenas seria uma retaliação pela morte do cacique Ivan Tenharim. A polícia afirma que a liderança indígena morreu atropelada no início do mês de dezembro. Os indígenas suspeitam de assassinato, segundo Marcos Apurinã, vice-presidente da Articulação dos Povos Indígenas de Rondônia (AIR).

De acordo com o coronel Antônio Prado, comandante do 54º Batalhão de Infantaria de Selva (BIS), no dia 24, Véspera de Natal, familiares e amigos dos desaparecidos interditaram a balsa que faz a travessia do Rio Madeira, em Humaitá.

No dia 25 deste mês, moradores de Apuí e Humaitá promoveram diversas manifestações para cobrar agilidade da Polícia Federal de Rondônia (PF-RO) nas buscas pelos homens que desapareceram na rodovia. Os manifestantes chegaram a atear fogo na sede da Fundação Nacional do Índio (Funai) e da antiga instalação da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), em Humaitá. Após os ataques, 143 índios Tenharim passaram a receber segurança do Exército no 54º BIS, em Humaitá. Há crianças e adolescentes entre os abrigados no local.

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