Brasília – O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, pediu ao Supremo Tribunal Federal a prisão imediata do deputado Natan Donadon (PMDB-RO). Condenado pelo STF em 2010 a 13 anos, 4 meses e 10 dias de prisão pelos crimes de formação de quadrilha e peculato, Donadon permanece em liberdade e exercendo o mandato. O pedido, que chegou ao STF na terça-feira, deverá ser decidido pelo presidente do Supremo, ministro Joaquim Barbosa.
Na petição, o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, pede que a prisão seja decretada antes mesmo da publicação do acórdão do julgamento do último recurso de Donadon contra a condenação. A execução da sentença dependia do julgamento de um recurso de Donadon, o que demorou dois anos para ocorrer. O acórdão da decisão, no entanto, ainda precisa ser publicado.
Apesar disso, Gurgel diz que a condenação não será mais alterada. “Embora o acórdão relativo ao julgamento do recurso ainda não tenha sido lavrado, e, consequentemente, ainda não tenha sido certificado o trânsito em julgado do acórdão condenatório, a aplicação imediata da pena e o recolhimento do réu à prisão é medida que se impõe”, afirmou o procurador no pedido.
A prisão agora, depois de julgado este último recurso, não violaria o princípio da presunção da inocência, segundo Gurgel. “A condenação trata-se de decisão tomada pelo órgão de cúpula do Poder Judiciário, em sua composição plenária, após ampla e exauriente discussão de todas as questões envolvendo os fatos objetos de pretensão punitiva e as teses sustentadas pela defesa”, afirma. “A eficácia do acórdão condenatório, longe de violar os direitos constitucionais do acusado, representa o reconhecimento da efetividade da decisão tomada pelo Supremo Tribunal Federal.”
Ao contrário do que fez no julgamento do mensalão, Gurgel demorou dois anos para pedir a prisão de Donadon. No caso do mensalão, o pedido foi apresentado assim que o julgamento começou, durante a sessão.
Natan Donadon foi condenado pelo STF em 2010 por ter participado de um esquema de desvio de recursos públicos quando ainda era diretor financeiro da Assembleia Legislativa de Rondônia. De acordo com as investigações, entre julho de 1995 a janeiro de 1998, foram desviados 8,4 milhões de reais em valores da época dos cofres da Assembleia.