Gringos apontam transporte como maior problema

Imprensa internacional critica altos preços, dificuldades com comunicação no país e até o exagero no uso de ar condicionado.

Termômetro para avaliar a qualidade da organização de grandes eventos, a imprensa internacional presente no Brasil para cobrir aCopa das Confederações é praticamente unânime ao apontar o transporte como maior problema do país. O iG Esporte colheu as opiniões de dez jornalistas de diversas nacionalidades e quase todos apontaram esse como o principal fator a ser melhorado para a Copa de 2014.

Mas as críticas não se limitaram ao transporte. Também foram “alvos” dos estrangeiros aspectos como os altos preços, a violência, a dificuldade com comunicação e detalhes organizacionais, como falta de informação na chegada aos estádios, banheiros sem sabonete e até as baixas temperaturas nos centro de imprensa, táxis e ônibus por causa do ar condicionado.

Além das reclamações, também existem, claro, elogios. A simpatia, gentileza e atenção dos voluntários são os principais pontos positivos, além da qualidade dos estádios após as reformas pelas quais passaram. Confira abaixo a análise por tópicos dos temas comentados pelos jornalistas ouvidos.

Transporte caro e difícil

As grandes distâncias entre áreas hoteleiras e estádios definitivamente não eram esperadas pelos jornalistas estrangeiros. “Os maiores problemas aqui são a distância e o tráfego. É muito, muito longe vir dos hotéis, na Barra da Tijuca, para os estádios. O [técnico italiano Cesare] Prandelli deciciu fazer só um treino por dia porque seria loucura vir de manhã, voltar para o hotel e vir à tarde de novo”, diz o italiano Stefano Salandin, do jornal Tuttosport, de Turim, sobre a dificuldade de locomoção no Rio de Janeiro.

O uruguaio Marin Kesman, que esteve no Recife e em Salvador, até perdeu a hora para trabalhar por causa do trânsito. “Ontem fui ao hotel de táxi e levei três horas na ida e na volta. Isso atrasa muito o trabalho. Não pude narrar o jogo do Brasil”, lamenta. O espanho Juan Castro, do jornal Marca, chamou o trânsito da capital pernambucana de “atroz”, enquanto o inglês Chris Wright, da agência AFP, fez uma análise mais aprofundada.

“Acho que deveria ter havido um esforço anterior na área de transporte, para as pessoas em geral, não apenas para a imprensa. Sei que o Brasil não é o Japão, mas acho estranho que o trem bala não vá ficar pronto antes das Olimpíadas. Esses investimentos são importantes e a hora para fazê-los era agora, mesmo que fosse necessário trazer uma companhia alemã ou japonesa”, diz.

Altos preços das cidades brasileiras

Ainda em relação a transporte, uma reclamação de Jose Mastandrea, enviado do El Pais, foi o preço dos táxis no Recife. “As distâncias são enormes, um táxi do hotel onde estava a Celeste [seleção do Uruguai] até a Arena Pernambuco sai entre 70 e 80 reais. Ou seja, quase 1600 pesos uruguais de ida e volta”.

Wright, novamente, fez uma análise mais ampla. “Eu diria que a pior coisa são os preços. Claramente os hotéis vão tentar tirar o maior lucro possível, mas muitos outros custos são simplesmente ridículos. Mas talvez esse seja o custo de vida por aqui em geral, então não é por causa da Copa”.

Especificamente sobre os preços nos estádios, seu colega Yann Bernal faz a crítica: “Outra lamentação é em relação aos preços de comida e bebida no centro de mídia. Tudo muito caro”.

(iG) 

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