Coletiva “Crio 19” e individuais “Sozinho”, “Bicho Urbano” e “Almas da cidade” reúnem linguagens artísticas como fotografia, pintura, graffiti e arte digital
Manaus, AM – Pintura, fotografia, graffiti, arte digital e outras linguagens artísticas compõem as novas exposições que inauguram neste sábado (17/02), a partir das 18h, na Galeria do Largo. O espaço localizado no centro vai receber quatro mostras: a coletiva “Crio 19” e as individuais “Sozinho”, com obras de Stanley Rodrigues; “Bicho Urbano”, de Chermie Ferreira; e “Almas da cidade”, de Darlan Guedes. A entrada é gratuita.
Após a abertura, “Crio 19”, “Sozinho”, “Bicho Urbano” e “Almas da cidade” terão visitação gratuita diariamente, sempre das 13h às 19h, ficando em cartaz até o dia 30 de março. As exposições são realizadas pelo Governo do Amazonas, por meio da Secretaria de Estado de Cultura (SEC).
Em conjunto, as mostras na Galeria do Largo abrem espaço para novos talentos do circuito de arte amazonense. “Com elas, estamos seguindo a orientação do secretário Denilson Novo de dar lugar para novos artistas e, dessa forma, democratizar o acesso aos espaços de exibição da Secretaria”, afirma Turenko Beça, diretor da Galeria.
Novos talentos
Ocupando a galeria principal, a coletiva “Crio 19” vai reunir trabalhos de 19 artistas do circuito local: Bruna Mazotti, Amanda Santos, Danielle Nazareno, Caroline Cheik, Nathália Silveira, Chiquinho D’Almeida, Juliana Mascarin, Daniel Hebron, Marcos Afonso, Teti Belém, Lorena Psiqué, Paulo Mendes Auá, Lu Saturno, Carol Calderaro, Luiz Caetano,,Tiago Atroch, Geovana Balbi, Alexandre Mourão e Rodrigo Duarte.
Com curadoria de Turenko, o conjunto de obras da coletiva traz temas, linguagens artísticas e técnicas diversas, incluindo pintura, desenho, arte digital, video mapping (projeção mapeada), escultura e fotografia. Nesta última se incluem os trabalhos de Alexandre Rodrigues, que reúnem registros urbanos de cunho realista, com enfoque jornalístico.
“Fotografo cenas que estão longe de serem cartões postais, mostrando a realidade como a vejo nas ruas do Centro. São o ‘lado B’ da cidade”, define ele, que produziu criações em pintura e arte digital antes de enveredar pela fotografia, há cinco anos.
Para o artista, a coletiva se destaca ao reunir nomes novos e olhares diferenciados. “Fico bastante honrado de participar da mostra ao lado de jovens artistas, alguns não tão jovens assim, mas todos novos talentos, que tentam fugir da mítica da cidade no meio da floresta”, opina.
Cidade em foco
A paisagem urbana também é o foco de “Almas da cidade”. A exposição individual de Darlan Guedes reúne fotografias com intervenção digital e instalações, retratando figuras que transitam anonimamente pelas ruas e espaços públicos da capital amazonense. A curadoria da mostra é de Turenko Beça.
“São pessoas na cidade, invisíveis mas existentes, e também desconhecidos, pois estão ali mas não têm nome. São como objetos que vou fotografando”, delimita o artista, que destaca as figuras incógnitas nas fotografias acrescendo faixas de cores fortes, de forma digital.
A exibição, situada no piso inferior da Galeria, apresenta ainda um documentário em vídeo que registra o adeus ao poeta amazonense Luiz Bacellar, morto em 2012. Com 20 minutos de duração, o vídeo mostra o cortejo, os tributos e as despedidas no cemitério. “É uma forma de homenagem ao Bacellar, que não gostava muito de homenagens quando era vivo”, afirma Darlan.
Arte urbana
Ocupando os espaços do piso superior da Galeria do Largo, “Sozinho” e “Bicho Urbano” trazem diferentes técnicas da arte urbana. A primeira traz produções de Stanley Rodrigues, incluindo obras em aquarela, ilustrações e graffiti, estes feitos com pincel em vez de sprays.
Já em “Bicho Urbano”, Chermie Ferreira apresenta trabalhos ilustrativos, prints de pintura digital e graffiti exibindo cores, animais, pessoas, fauna e flora de forma imaginativa. Segundo a artista, a proposta é “mostrar que os humanos são bichos urbanizados dessa grande de selva de concreto”.
“Bicho Urbano” inclui ainda um painel de graffiti inspirado na performance “Uyra”, de Emerson Munduruku. Por ocasião da abertura, ele irá apresentar na Galeria uma nova performance, “Transposição”, dialogando com a obra e levando o público a uma experiência imersiva. Os trabalhos da mostra poderão ainda ser adquiridos por valores de baixo custo.
Amazonense há seis anos radicada na Bahia, Chermie trabalha com graffiti há 11 anos, sendo também produtora cultural, ilustradora, tatuadora e militante da Marcha Mundial das Mulheres e Rede MUMBI.
Amazonianarde-Secom