Uma equipe de peritos prepara o jazigo do ex-presidente João Goulart, no município de São Borja (RS) para exumação dos seus restos mortais.
A ação é para descobrir se ele foi assassinado. Há peritos da Polícia Federal (PF), Comissão Nacional da Verdade (CNV), Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH) e Ministério Público Federal. Eles chegaram ao local nesta quarta-feira (21).
Os técnicos vão analisar as características do túmulo e cemitério, verificar se há necessidade de isolar a área próxima e identificar a estrutura existente para o transporte do material até o aeroporto.
A medida permitirá aos peritos planejar a exumação, ainda sem data para ocorrer. Após o trabalho, os restos mortais dos ex-presidente serão transferidos para Brasília, onde serão examinados no Instituto Nacional de Perícia da PF.
Além dos técnicos brasileiros, participam do trabalho peritos argentinos, uruguaios e da Cruz Vermelha. Parentes do ex-presidente também acompanharão a investigação.
Causa da morte
João Goulart morreu em exílio, em 6 de dezembro de 1976, na cidade Mercedes, no norte da Argentina. A exumação integra uma investigação para esclarecer se a causa da morte João Goulart foi mesmo um ataque cardíaco, conforme divulgaram na ocasião as autoridades do regime militar.
Parentes e amigos próximos do ex-presidente sustentam a tese de que a morte pode ter ocorrido em função da substituição de medicamentos rotineiros de Goulart, feita por agentes da repressão uruguaia. As investigações conduzidas pela CNV, apontam que o ex-presidente foi uma vítima da operação Condor, montada pelas ditaduras militares do Brasil, Argentina e Uruguai para perseguir os opositores de cada regime.
A exumação dos restos mortais do ex-presidente João Goulart poderá ter um resultado inconclusivo pelo nível de decomposição da massa óssea, o que pode impedir um resultado definitivo.
(Amazonaianarede – CNV)