Exposição itinerante mostra os extremos da destruição da floresta amazônica

Com imagens de vídeos e 40 fotografias, exposição “Amazônia |Os Extremos” traz à memória visual estes fenômenos naturais, assim como os impactos ambientais do desmatamento e das queimadas pelos olhares de 12 profissionais

Amazônia – A partir deste domingo (9), o Paiol da Cultura do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTIC), em Manaus (AM), recebe a exposição itinerante Amazônia Os Extremos, promovida pela Agência de Jornalismo Independente Amazônia Real. Com imagens de fotos e vídeos, a mostra faz um alerta sobre a destruição da floresta amazônica causada pelos desmatamentos e pelas queimadas.

A exposição faz parte da programação de aniversário de 22 anos do Bosque da Ciência, completados no dia 1º de abril. A abertura da exposição neste domingo acontecerá a partir das 10h30, com a presença da coordenadora de Extensão do Inpa, a pesquisadora Rita Mesquita, os fotógrafos Alberto César Araújo (curador da exposição), Chico batata, Joel Rosa, Raphael Alves e repórter cinematográfico Orlando Júnior.

Patrocinada por um prêmio concedido pela Missão Diplomática dos Estados Unidos no Brasil, a exposição inclui fotografias da escassez de água potável e de inundações nas regiões ribeirinhas, fenômenos estes provocados por eventos climáticos extremos.

A exposição itinerante é parte da programação do debate Mudança climática e seu impacto nas populações tradicionais da Amazônia. O que esperar?, que teve início no mês passado, pelo Instituto Cultural Brasil – Estados Unidos (ICBEU).

Ossada de jacaré no leito do lago seco em Iranduba, Amazonas 2015. (Foto Joel Rosa/Amazônia Real)

O debate reuniu indígenas, ribeirinhos e cientistas, entre eles, Foster Brown, da Universidade Federal do Acre, Philip Fearnside, do Inpa, Davi Kopenawa Yanomami, Mayra Wapichana e Sineia Vale, de Roraima.

Conforme os organizadores, a exposição Amazônia|Os Extremos conta com imagens de vídeos e 40 fotografias nos tamanhos A2 e A3+ padrão fine art, e traz à memória visual estes fenômenos naturais, assim como os impactos ambientais do desmatamento e das queimadas pelos olhares e lentes de 12 profissionais: Odair Leal (Acre), Alberto César Araújo, Chico Batata, Joel Rosa, Raphael Alves e Orlando Júnior (Amazonas), Jorge Macêdo (Roraima), Marcela Bonfim (Rondônia), Paulo Santos, do Acervo H (Pará), Ana Mendes (Maranhão), Flávio Forner, do InfoAmazônia (São Paulo) e Pablo La Rosa (Uruguai).

A exposição Amazônia | Os Extremos ficará em cartaz até 7 de maio, no Paiol da Cultura, que fica dentro do Bosque da Ciência do Inpa.

Os interessados podem visitar a mostra no horário de funcionamento do espaço de visitação do Inpa, de terça a sexta-feira, das 9h às 12h e das 14h às 16h30. Aos sábados e domingos das 9h às 16h, sem intervalo para almoço. Às segundas-feiras, o bosque é fechado para manutenção.

No mês de abril, a entrada no bosque é gratuita, em comemoração ao aniversário do espaço. As visitas guiadas na exposição pelo curador acontecerão nas sextas-feiras pela manhã. Os interessados devem entrar em contato com os organizadores, pelo telefone (92) 98207-5542 (também no whatsapp).

Garota lava a louça em frente a casa alagada durante as enchentes do rio Solimões em Eirunepé, Amazonas em 2013. (Foto: Alberto César Araújo/Amazônia Real)

Para o curador da exposiçãoAmazônia|Os Extremos, o repórter-fotográfico Alberto César Araújo, a mostra também reflete o processo de transformação do fotojornalismo na Amazônia.

Espaço em galeria

“Ao ganhar espaço em uma galeria de arte, [a exposição] ressignifica as imagens de cada fotógrafo com seus estilos. Do trabalho já nascido autoral, como o de Raphael Alves, Marcela Bonfim, pela documentação mais clássica de Jorge Macêdo, da contundência de Joel Rosa, da perseverança de Chico Batata e Odair Leal, passando pela dedicação e a coerência de Ana Mendes, pelo olhar da experiência de Paulo Santos, da imersão de Flavio Forner e pelo arrojo de Orlando Júnior, todos ávidos por mostrar as mudanças que estamos enfrentando a cada ano com o nosso clima amazônico. Cheias recordes, secas nunca antes vistas, incêndios florestais e tanta fumaça que não conseguimos mais nos enxergar”, diz Alberto César.

De acordo com o curador, unir todos esses olhares em um só espaço também foi um desafio. “A grande maioria deles, quase todos colaboradores de primeira hora da Agência Amazônia Real, está documentando a região há mais de duas décadas, em alguns casos há três. Por , o comprometimento e o engajamento com as causas ambientais e sociais são inerente às suas obras”, destaca o curador.

Amazônia Real

A agência de jornalismo independente Amazônia Real, dirigida pelas jornalistas Kátia Brasil e Elaíze Farias, publica em seu site reportagens que provocam o debate na sociedade sobre a preservação da floresta amazônica e sua população.

Querência, Mato Grosso, Brasil 30/07/2015 – Tronco de castanheira queimado. Grandes plantações de soja, milho e algodão cercam o Parque Indígena do Xingu (PIX), habitado por várias etnias indígenas. 

Em atividade desde 21 de outubro de 2013, com sede em Manaus, no Amazonas, a Amazônia Realestá classificada por especialistas da Comunicação Social como uma das iniciativas do novo modelo do jornalismo investigativo e empreendedorismo Brasil.

A iniciativa é financiada pela Fundação Ford no âmbito do Projeto de Acesso à Mídia das populações invisíveis na imprensa tradicional.

Em 2016, a Amazônia Real foi reconhecida internacionalmente pelo trabalho na internet pela defesa dos direitos humanos com o Prêmio The Bobs (Heróis da Internet), da empresa de comunicação alemã DW.

Amazonianarede/Inpa/ Amazônia Real

 

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