Rio – Agora ex-jogador de futebol, aos 29 anos, Everton Costa resolveu quebrar o silêncio. Após sofrer uma arritmia cardíaca em meados de abril de 2014, durante um jogo pelo Vasco em São Januário, o jogador passou por cuidados médicos e chegou a ensaiar um retorno aos campos.
Após ter definido no início do mês, junto com a esposa, colocar um ponto final na carreira, o ex-atacante agora olha para o futuro. Everton agradeceu a recepção que teve no Caxias, revelou o desejo de ser homenageado pelo Vasco, mas mostrou tristeza com o Santos, onde atuou em 2013.
Como fizera o seu empresário, Jorge Machado, no último dia 11, em entrevista ao programa “Arena SporTV”, Everton também culpou o departamento médico do Peixe por não ter revelado que ele sofria da doença de Chagas. No dia do anúncio da aposentadoria do jogador, o clube negou ter sido negligente no caso. Dias depois, admitiu que o diagnóstico não foi repassado ao jogador e ao Vasco.
– O Santos não me informou, escondeu os exames. Não me falaram que eu tinha a doença. O mínimo que eles tinham que fazer era falar, que é obrigação do médico falar para o paciente o que ele tem. E isso não foi dito. Para falar a verdade, eu quase morri. Quase não estou aqui dando essa entrevista – contou.
Já em relação ao Caxias, onde jogou em 2010 e 2011 e ganhou projeção, e ao Vasco, seu último clube, Everton Costa reserva só elogios.
– Eu agradeço a homenagem do Caxias. O Washington, um cara espetacular, um coração valente também. E o Vasco não foi diferente. Pelo pouco que eu passei lá, sei que deixei um carinho bem grande. Eu ainda quero ir para São Januário, ver um jogo e ser homenageado como eu fui no Caxias – revelou o jogador.
Everton Costa sentiu-se mal em 16 de abril do ano passado, durante a partida Vasco x Resende, válida pela primeira fase da Copa do Brasil. No hospital, os exames constataram uma arritmia cardíaca – causada por uma miocardite (processo inflamatório do músculo cardíaco). O ex-atleta lembrou o momento que marcou para sempre a sua vida.
– Tomei um choque que eu não sabia que tinha tomado. Quem me falou que eu tomei um choque foi a enfermeira que estava cuidando de mim. E já na ambulância eles me reviveram. Estava praticamente morto – lembrou.
O ex-atacante admitiu ter ficado abalado quando decidiu de vez pelo encerramento da carreira. Ele contou que os médicos, responsáveis pela cirurgia de implante de um desfibrilador em seu coração, lhe aconselharam a parar de jogar.
Um choque com outro atleta ou uma bolada poderiam causar algum dano ao aparelho, o que lhe acarretaria um trauma. Everton Costa não esconde a tristeza por não poder fazer “o que mais gosta”.
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