Estudo aponta perda de 73,91% da água potável produzida em Macapá

28-08aguaMacapá, AP – O ranking de saneamento básico do Instituto Trata Brasil, divulgado nessa quarta-feira, 27, com base nos estudos do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), do Ministério das Cidades, mostra que Macapá desperdiça 73,91% da água tratada fornecida pela Companhia de Água e Esgoto do Amapá (Caesa).

De acordo com o estudo, das 100 maiores cidades brasileiras, 90 não conseguiram reduzir as perdas de água decorrentes de vazamentos, erros de medição, ligações clandestinas e outras irregularidades, entre os anos de 2011 e 2012. Nessas cidades, a redução das perdas foi nula ou de até 10%.

O ranking considera perda aquela água que foi tratada e fornecida para consumo, mas que não foi cobrada porque se perdeu em vazamentos, roubada em ligações clandestinas ou teve erros na medição. Sem o retorno do dinheiro gasto com energia e produtos químicos para tratar a água, as empresas investem menos na melhoria do sistema.

Segundo o levantamento, em 62 das 100 cidades analisadas, perderam-se entre 30% e 60% da água tratada para consumo no ano de 2012. Em cidades como Porto Velho e Macapá, a cada 10 litros de água produzidos, 7 eram perdidos.

“Isso é preocupante vindo de cidades que têm poder econômico para resolver essas perdas e que deveriam impulsionar a melhora deste indicador, que tem uma influência grande na expansão do sistema de saneamento básico”, afirma o presidente-executivo da Trata Brasil, Édison Carlos.

Sobre as cidades com perdas acima de 70%, o presidente executivo do Trata Brasil afirma que o quadro é de “descontrole total”. “Não há controle de vazão, de pressão das linhas. As perdas são altíssimas”.

A Companhia de Água Esgoto do Amapá (Caesa) contesta o dado do ranking e afirma que metade da água tratada e consumida pela população da capital é perdida – o estudo afirma que as perdas são de 73,91%, o maior índice entre as 100 cidades avaliadas.

A Caesa calcula que deixa de faturar R$ 2,5 milhões mensais com as pessoas que não pagam tarifas e desperdiçam. Elas são, em sua maioria, moradores de áreas de periferia que não têm acesso à água encanada, segundo o diretor-presidente da autarquia, Ruy Smith.

Desde 2009, o Instituto Trata Brasil elabora o ranking que avalia as condições de saneamento básico em 100 cidades brasileiras com mais de 250 mil habitantes. São analisados critérios como rede de fornecimento de água potável, coleta e tratamento de esgoto, além das perdas de água.

Ranking

Lideram o ranking do saneamento básico das 100 maiores cidades do país Franca (SP), Maringá (PR), Limeira (SP), Santos (SP) e Jundiaí (SP). A maioria das cidades que estão nos 20 primeiros lugares no ranking já universalizaram o abastecimento de água, a coleta e o tratamento de esgoto.

No outro extremo estão Macapá (AP), Porto Velho (RO), Ananindeua (PA), Jaboatão dos Guararapes (PE) e Belém (PA), com os piores resultados.

Das 20 cidades com melhor colocação no ranking, 16 estão no Sudeste. Apenas duas são capitais: Curitiba e Belo Horizonte. Entre as 20 piores há seis capitais: Porto Velho, Belém, Macapá, Teresina, Manaus e Natal.

Fonte: Diário do Amapá

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