Estiagem prejudica populações ribeirinhas e atrapalha a produção e o turismo

A seca em \Manaus, em temo de cheia

 

A seca em \Manaus, em temo de cheia
A seca em \Manaus, em temo de cheia

Amazonas – Fenômeno atípico para esta época do ano, quando as chuvas, apesar de não tão intensas, deviam colaborar para o processo da cheia dos rios da região, algumas cidades do Estado do Amazonas, inclusive Manaus, vivem uma situação contrária, ou seja, com o surgimento fora de época do período de estiagem,, que seria provocada pelo El Niño, cujos reflexos são percebidos e sentidos pelas populações situadas em municípios como São Gabriel da Cachoeira, Santa Isabel do Rio Negro e Presidente Figueiredo, que vivem uma situação de emergência decretada pelo Governo do Estado.

A seca dos mananciais é ocasionada pela falta de chuvas nas cabeceiras dos rios dessa região do Alto Rio Negro. A estiagem, segundo moradores, já compromete a produção de alimentos, o escoamento da produção para Manaus e, principalmente, o abastecimento de água potável.
De acordo com a Defesa Civil do Estado do Amazonas, a mudança foi motivada pelo fenômeno conhecido como El Ninõ, que produz alterações climáticas em todo o País, em especial na Amazônia.

Na rota doo El Niño

Manaus também está na rota do El Ninõ. De acordo com o serviço de medição no Porto de Manaus, a cota do rio Negro chegou a 19,74m na última terça-feira, o que representa uma descida de 40 cm em apenas 13 dias, situação considerada atípica, já que nesta época o rio Negro deveria estar vivendo um período de começo de cheia. Pior é que, de acordo com as medições, de lá para cá o rio Negro tem baixado em média entre 1cm a 5cm por dia.

O baixo nível do rio Negro representa, também, perigo para a navegação. Com isso, a tarefa de manter os municípios afetados pela vazante abastecidos com alimentos, medicamentos, combustíveis e até mesmo água potável tem sido difícil e está sendo providenciada pela Comissão de Defesa Civil do Estado.

Presidente Figueiredo

estiagem figueiredoEm Presidente Figueiredo (a 117 quilômetros de Manaus), a estiagem afeta a distribuição de água potável a população. De acordo com o secretário da Defesa Civil do Amazonas, Fernando Pires Junior, os mananciais de água doce do município estão abaixo do normal e existem algumas comunidades que estão praticamente isoladas. Ainda não há desabastecimento de gêneros alimentícios, mas há em relação à água potável.

Além de prejudicar a produção da agrícola, afetando,  principalmente a agricultura familiar, a estiagem prejudica também o setor turístico, que é forte no Município, em função das suas belezas naturais, comandados pelas inúmeras e belas  cachoeiras, espalhadas pelo município,  mas com pouca água, o turistas estão dando um tempo e com isso, o movimento diminui consideravelmente , dizem os moradores da cidade.

Água potável

Os moradores de Presidente Figueiredo, começam a ter problemas com o abastecimento de água potável, que está desaparecendo. Os moradores de comunidades rurais como Rumo Certo, do Canastra, Nova Jerusalém e Nova Floresta estão recebendo água potável por meio de carros-pipa. Na sede do município, a alternativa encontrada foi abrir poço artesiano para atender a demanda.

Banana

A agricultura familir tambem ´afetada, especialnte os bananais
A agricultura familir tambem ´afetada, especialnte os bananais

O município de Presidente Figueiredo, que tem tradição na cultivação de banana, teve uma perda quase total da produção esse ano em função da estiagem e da deficiência do período chuvoso. O mesmo ocorreu em uma fazenda no município de Itacoatiara (a 176 quilômetros da capital), que teve prejuízos na atividade de coco. “Devido às altas temperaturas e a falta de chuva toda a produção de coco foi perdida”, destaca.

Os danos não são somente na agricultura, de acordo com Muni, a pecuária também sofre porque sem chuva as pastagens ficam empobrecidas. “O gado não engorda o esperado e há queda na produção. Fazendas produtoras de leite que antes produziam 800 litros de leite por dia, por exemplo, hoje produzem de 100 a 150 litros no mesmo período. Os municípios mais afetados são Autazes e Presidente Figueiredo”, relata.

Os danos não são somente na agricultura, de acordo com Muni, a pecuária também sofre porque sem chuva as pastagens ficam empobrecidas. “O gado não engorda o esperado e há queda na produção. Fazendas produtoras de leite que antes produziam 800 litros de leite por dia, por exemplo, hoje produzem de 100 a 150 litros no mesmo período. Os municípios mais afetados são Autazes e Presidente Figueiredo”, relata.

Alto Rio Negro

A estiagem também prjudica o turismo no ato Rio Nero,. A foto é da oraa de S. Gabriel a Cachueira
A estiagem também prjudica o turismo no ato Rio Nero,. A foto é da oraa de S. Gabriel a Cachueira

Nos municípios do Alto Rio Negro – Santa Isabel do Rio Negro e São Gabriel da Cachoeira – onde a estiagem está rigorosa, o problema é no reabastecimento de gêneros alimentício. Conforme Fernando Júnior, o comercial está sentindo a falta de alguns produtos que não estão chegando às comunidades por conta das descidas das águas. “O rio está muito seco e prejudica o tráfego das embarcações, bem como, o abastecimento e reabastecimento das comunidades”, ressalta.

O secretário disse que a maior preocupação em relação à estiagem é com o acesso a água potável pela população. Ele ressaltou que técnicos da Defesa Civil do Estado realizam levantamento para verificar as condições das comunidades situadas nos municípios que estão sendo afetados pela estiagem. “A nossa preocupação é manter a vida social dos moradores dessas comunidades dentro da normalidade por isso vamos trabalhar um plano de contingência para caso de desastre”, conta.

Reflexos variados

De acordo com a Federação da Agricultura e Pecuária do Amazonas (Faea), tanto pecuaristas quanto agricultores estão tendo prejuízos em virtude da estiagem prolongada que atinge o Estado em pleno inverno amazônico, quando geralmente há muita precipitação de chuvas. “Essa estiagem inesperada está trazendo prejuízos significativos para todo o setor primário”, afirma o presidente da entidade, Muni Lourenço Silva Júnior.

Conforme a Faea, com a queda da produção rural local, que não atende o mercado consumidor de Manaus, há aumento da necessidade de importação de alimento de outras regiões, isso significa produtos mais caro, pois incide sobre eles o custo de logística, do frete, do dólar, entre outros.

Reestruturação Sepror

Para enfrentar esse e outros desafios, a Sepror anuncia reestruturaçao
Para enfrentar esse e outros desafios, a Sepror anuncia reestruturaçao

“A Secretaria de Estado da Produção Rural está reestruturando as políticas públicas. A várzea é uma dádiva para nós, mas não dá para usar como antigamente – um fator de produção de alta escala econômica – para não ter prejuízos com a enchente.

Enquanto isso, estamos transferindo parte dos produtores para as terras firmes, reestruturando o processo produtivo da agricultura nessa área com o programa de mecanização agrícola e nos prepararmos para eventuais situações de estiagem estamos fazendo projetos agrícolas de fruticultura com irrigação porque continuamos com os nossos igarapés e poços.

Estamos ajustando a piscicultura antevendo essa questão de clima, cuidando das vicinais, oferecendo capacitação, semente, pesquisa e comercialização de produtos de forma ordenada. São ações estruturantes que soa de curto, médio e longo prazo porque não se muda um hábito de 100 ou 200 anos do nosso produtor de uma hora para outra.”

 

Amaznianarede-Acritica.com

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