Manaus – A enquete realizada sobre o Projeto de Lei (PL) nº 131/2014, de autoria do vereador Ednailson Rozenha (PSDB), que proíbe o serviço de guardadores de veículos (flanelinhas) em ruas, avenidas e logradouros públicos, em tramitação na Câmara Municipal de Manaus (CMM), obteve 7.538 acessos, desde que foi publicada no site da Casa Legislativa, no último dia 22, até às 12h desta sexta-feira (30), ocasião do seu encerramento.
A proposta da enquete era saber se o visitante do site era a favor ou contra a atuação de flanelinhas em espaços públicos de Manaus. Conforme a consulta, 66% dos participantes, o equivalente a 5.005 votantes foram contra, e 34%, ou seja, 2.533 votantes se manifestaram a favor da atuação de flanelinhas nas ruas de Manaus.
A pesquisa, por meio das mídias sociais, gerou comentários e muitos compartilharam a imagem usada para a ilustração com hashtag (#) e pedidos de votos contra, como “flanelinha não”, “vote contra” e “Manaus sem flanelinha”. Alguns se mostravam indignados, reclamando da atuação de flanelinhas e considerando a ação como extorsão. Só no Facebook, houve 171 compartilhamentos do questionamento “Você é a favor ou contra a atuação de flanelinhas em espaços públicos de Manaus?”.
Depoimentos
Na opinião de Jucelino Tanaka, “ser obrigado a algo em via pública é muito complicado, e correr o risco de ter seus bens danificados é a pior parte… por isso sou contra a atuação desses ‘funcionários’… me desculpem os que ‘precisam’, mas existem outras formas de se conseguir trabalhar…”, comentou.
Marcelo Abreu justificou por que é contra: “flanelinha é bico e extorsão, não é emprego, o que é que eles devem procurar e ter”.
Basílio Neto, por sua vez, disse que “flanelinha mesmo aqui em Manaus eu nunca vi (acredito que não existe, quase igual a legendária cabeça de bacalhau ou o enterro de anão), até porque como na própria foto da enquete ilustra, flanelinha é o cara que pelo menos vai dar uma limpada no teu carro (vidros eu acho) e reparar em troca de uns trocados com teu consentimento, ao invés disso o que tem geralmente é um bando de vagabundo (cuja idade vai de 10 á 53 anos) cobrando pra ‘reparar’ (proteger) teu carro dele mesmo”.
Outro participante da enquete, João Marcos Sperandio também justificou: “sou a favor dos que estão para realmente trabalhar e contra aqueles folgados que dizem ‘pode deixar que vou olhar seu carro doutor’”. E exemplificou “aqui em Colatina (Espírito Santo) uns flanelinhas montaram um pequeno negócio de lavagem na frente de um hotel, trabalham até uniformizados. Mas essas são as exceções”, explicou.
John Tosta expressou, que “tem algumas pessoas que moram na rua que realmente precisam desse dinheiro pra comer… A maioria é pilantra mesmo!”
Dennes Menezes se identificou dizendo que foi flanelinha na Escadaria dos Remédios, no Centro, por nove anos e deixou o depoimento: “fiz muita coisa errada, assim como vi muita coisa errada. Não existe discernimento a cerca das coisas que um ‘flanelinha’ é capaz. Ele não tem um chefe (direto) para dizer que não pode fumar maconha e beber (álcool) no horário de trabalho, que não pode andar com saco de cola no bolso e cheirar quando puder, e que ele precisa principalmente respeitar o cliente quando o mesmo disser que ‘não precisa reparar’ ou ‘passar uma água’ (pois dá mais dinheiro ao mesmo indivíduo). Muitos são receptadores de objetos roubados, facilitadores de arrombamento de carros e por ai vai. Mas, isso não é regra geral, ainda tem quem dê valor a essa atividade, mais infelizmente é uma minoria. O direito de trabalhar de forma independente não é coagindo os proprietários de veículos, pois é assim que a ‘turma’ sempre faz. Hoje sou desenvolvedor de sistemas e estudante de Sistema de Informação, e sei que o ‘trabalho fácil’ de flanelinha que tive não se compara as responsabilidades que tenho hoje”.
Ítallo Augusto disse que não é contra o trabalho, pois todo tem o direito de trabalhar, mas não concorda com os abusos. “A rua é pública, pagamos impostos e se elas para alguns minutinhos sem sair do carro já se acham com o direito de receber. Então, por tudo isso eu sou contra”, completou.
O Projeto
A proposta do vereador Ednailson Rozenha foi deliberada no plenário e está na Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJR) para análise. O vereador considera que a aprovação do projeto “é apenas o início de um novo momento para a cidade de Manaus, no qual as pessoas não serão mais obrigadas a lidarem com o abuso e a extorsão de terceiros que se apropriam das vias públicas e praticamente nos obrigam a pagar por estacionamento, o que é direito de todos”.
De acordo com o vereador, a profissão de “flanelinhas” é reconhecida pelo Ministério do Trabalho e Emprego (TEM), mas sua proposta legislativa tem como objetivo único coibir o uso de áreas públicas para a realização desse serviço.
A proposta do vereador ratifica o projeto da prefeitura de organização e ordenação do estacionamento no Centro de Manaus, por meio do Zona Azul. O artigo 5º do projeto prevê que a Administração Pública Municipal poderá firmar convênios operacionais com Organizações de Terceiro Setor, Cooperativas, Sindicatos, Instituições Públicas e Congêneres, legalmente constituídos para exploração do serviço de estacionamentos.
Fonte: CMM
Por favor, organizem uma campanha contra esses marginais “flanelinha” que nos roubam a céu aberto, não somos obrigados a dar dinheiro se o local é publico segundo o artigo 5º da constituição federal, e extorsão é crime previsto no artigo 158 do código penal, por que as autoridades não fazem nada, ninguém é preso, por que fazem vista grossa?