Empresa que disse ter recriado lobos admite que animais foram modificados

(Foto: Reprodução/colossal.com) Fonte: D24am. Leia mais em https://d24am.com/mundo/empresa-que-disse-ter-recriado-lobos-admite-que-animais-foram-modificados/

Apesar das controvérsias, os avanços em engenharia genética usados no projeto são reconhecidos como relevantes

Estados Unidos – A Colossal Biosciences, empresa que ganhou os holofotes ao anunciar a “primeira desextinção bem-sucedida do mundo”, admitiu que os supostos lobos-terríveis apresentados em abril são, na verdade, lobos-cinzentos com cerca de 20 modificações genéticas. A revelação foi feita pela cientista-chefe da companhia, Beth Shapiro, em entrevista recente ao New Scientist.

A confissão marca uma mudança de tom em relação ao anúncio inicial da empresa, que divulgou o nascimento de três animais, batizados de Romulus, Remus e Khaleesi, como se fossem representantes vivos de uma espécie extinta há aproximadamente 10 mil anos. Na época, a Colossal classificou o feito como um marco histórico para a biotecnologia.

“Nossos animais são lobos-cinzentos com 20 alterações genéticas clonadas. Dissemos isso desde o início. O nome ‘lobo-terrível’ foi usado de forma coloquial, o que acabou incomodando algumas pessoas”, afirmou Shapiro.

A declaração, no entanto, destoa da narrativa mantida pela Colossal nos últimos meses. Em publicações oficiais, como uma nota divulgada na rede social X, a empresa insistiu em chamar os animais pelo nome popular, sustentando que se tratava de uma escolha deliberada.

Para especialistas, a mudança no discurso evidencia que a Colossal exagerou, ou foi além do que a ciência permite afirmar. “Vejo isso como uma admissão clara sobre o que foi feito e o que não foi. E o que não foi feito é justamente trazer de volta o lobo-terrível”, avaliou Richard Grenyer, biólogo da Universidade de Oxford, ao New Scientist.

Além das dúvidas sobre a natureza genética dos animais, há questionamentos sobre sua aparência. Pesquisadores como Claudio Sillero, também de Oxford, lembram que fósseis sugerem que os lobos-terríveis tinham pelagem avermelhada, diferente dos exemplares de coloração branca exibidos pela Colossal.

Apesar das controvérsias, os avanços em engenharia genética usados no projeto são reconhecidos como relevantes. Mas, para boa parte da comunidade científica, a recriação de uma espécie extinta permanece distante. “É um avanço notável na biotecnologia, sem dúvida. Mas ainda não é desextinção”, resumiu Grenyer.

amazonianarede
Do R7 Portal d24am

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