Em workshop sobre o Polo Naval, José Melo diz que próximo passo será a busca de financiamento para o projeto

Melo: criar um polo referência no Brasil
Melo: criar um polo referência no Brasil

Manaus – O projeto de construção do Polo Naval do Amazonas voltou à pauta de debate na manhã desta quarta-feira, dia 23 de abril, durante o “I Workshop de Discussão Sobre o Complexo Naval, Mineral e Logístico do Estado do Amazonas”, realizado no auditório Senador João Bosco da Assembleia Legislativa do Amazonas (ALE-AM). Segundo o governador José Melo, que fez a palestra de abertura do evento, após a discussão do projeto com a sociedade, o próximo passo do Governo do Amazonas será discuti-lo em nível nacional e buscar financiamento junto ao Governo Federal.

Para ele, a longo prazo, o Polo Naval tem a perspectiva de geração de 30 mil empregos diretos e investimentos de mais de R$ 1 bilhão. “Esse evento abre para a discussão de outros atores, para que se façam ajustes necessários. Com o projeto pronto e acabado, partimos para outra etapa, que é a do financiamento”, disse José Melo.

A ideia é propor que o Amazonas tenha um polo naval de referência no Brasil e que conte com apoio federal para ser desenvolvido. “O Amazonas está propondo a construção de um polo naval para dar suporte à demanda nacional e ao mesmo tempo ser um polo de reparo das embarcações. Grandes empresas, como a Petrobras, estão mandando seus navios para serem reparados em Singapura e outros países”, comentou.

Por isso, de acordo com o governador, a instalação de um polo naval em Manaus pode contribuir com o equilíbrio da balança comercial, criar emprego e renda e um outro nicho de desenvolvimento sustentável complementar à Zona Franca de Manaus.

“Precisamos despertar para outros tipos de riquezas, aproveitar aquilo que Deus nos colocou em abundância e discutir de que forma vamos transformar isso num produto para gerar emprego, renda e novas atividades econômicas”, observou José Melo, ao completar que dentro dessa perspectiva de novas alternativas à ZFM, o Governo do Amazonas trabalha com outras três vertentes de desenvolvimento, que são a mineração, a piscicultura e a fruticultura.

O Workshop foi organizado pela Secretaria de Estado de Planejamento e Desenvolvimento Econômico (Seplan) e a Comissão de Geodiversidade, Recursos Hídricos, Minas, Gás e Energia da Assembleia Legislativa. O evento está inserido em uma série de ações previstas no projeto de implantação do Polo, a ser instalado na região do Puraquequara, zona leste de Manaus. O empreendimento deverá se consolidar como uma nova matriz econômica para o Amazonas, com a atração de investimentos, novos negócios, geração de empregos e estímulo à pesquisa e tecnologia no setor.

O projeto do Polo Naval, Mineral e Logístico começou a ganhar forma nos últimos dois anos, após estudos realizados pela Seplan em parceria com outros órgãos de Governo. No setor naval a meta é o fortalecimento da indústria naval e náutica, uma vocação do Estado que ainda carece de tecnologia e especialização de mão de obra. No setor mineral, o objetivo é desenvolver a indústria do caulim e cadeia produtiva (cerâmica e vidro). Armazenagem e distribuição, serviços e terminais são os eixos do setor logístico do projeto.

Segundo e Seplan, o projeto do novo distrito naval é considerado a maior iniciativa de expansão da atividade econômica do Estado nos últimos anos e tem como objetivo atrair negócios, gerar empregos, estimular pesquisa e tecnologia no setor.

Além dos aspectos econômicos, estão em discussão aspectos sociais e ambientais que envolvem o projeto. Para a titular da Secretaria do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (SDS), Kamila Botelho do Amaral, o projeto está sendo desenvolvido buscando-se observar a conjunção dos interesses econômicos à manutenção da rica biodiversidade existente no território amazonense, por meio de um planejamento adequado ao meio ambiente e ao crescimento populacional inerente à região.

“Ao longo dos últimos meses, a SDS vem acompanhando os trabalhos da Seplan para o desenho do projeto, desde a indicação da área destinada à instalação do polo até orientação prévia quanto ao licenciamento ambiental em todos os procedimentos”, disse Kamila Amaral.

Foto: Roberto Carlos/Agecom

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