Em um ano, 588 pessoas recebem tratamento no Centro de Reabilitação em Dependência Química, do Governo Estadual

O gov. José Melo, fala da importância desse trabalho
O gov. José Melo, fala da importância desse trabalho
O gov. José Melo, fala da importância desse trabalho

Manaus – A Primeira unidade pública da região Norte do Brasil voltada ao acolhimento e recuperação de usuários de drogas, o Centro de Reabilitação em Dependência Química Ismael Abdel Aziz, mantido pelo Governo do Amazonas, atendeu 588 pacientes no primeiro ano de funcionamento.

Inaugurada em março do ano passado, a unidade estadual de saúde já é referência pelo tratamento oferecido, segundo o governador José Melo, porque alia cuidados médicos-ambulatoriais a oficinas terapêuticas, capacitação e atividades esportivas.

Nesta terça-feira, 7 de abril, José Melo, acompanhado da primeira-dama do Estado, Edilene Gomes de Oliveira, participou da solenidade que marcou a festa pelo primeiro ano de operação do Centro, localizado no km 53 da rodovia AM-010 (Manaus – Rio Preto da Eva). O governador entregou placas em homenagem a colaboradores e internos e visitou as instalações da unidade e as oficinas de qualificação. Atualmente, 103 pacientes fazem tratamento no lugar.

“O Centro é instrumento de vida. Ao Governo compete o dever de dar oportunidade, mas a verdadeira chama vem de cada um deles. Esse é um centro de reabilitação diferenciado, multidisciplinar. Ocupa inteiramente as pessoas com atividades sadias e com a terapia ocupacional. O mais importante é a transformação que ele faz, dá o prazer de sorrir de novo, voltar ao seio da família”, frisou José Melo.

O governador adiantou que o trabalho de reabilitação multidisciplinar terá reforço com novas atividades de capacitação. Para isso, ele determinou a instalação de tanques para criação de peixes no local, que possui amplo espaço.

O trabalho social e as ações de combate às drogas também serão fortalecidos este ano, segundo José Melo, com o programa “Todos Pela Vida”, que vai envolver diversas secretarias de governo com atividades voltadas a crianças e adolescentes para prevenção à violência.

Atendimentos

Nesse primeiro ano do Centro, 588 pessoas foram atendidas, número que superou a previsão para o período. O índice de recuperação é de 60%, acima da média nacional. A cozinheira Ana Paula Cavalcante, 31, é ex-paciente. Está livre das drogas após duas décadas de dependência. Mãe de seis filhos, ela conta que procurou o atendimento depois de ter chegado ao seu limite. “Cheguei quando eu tava no fundo do poço. Tinha perdido o amor da minha família e tudo o que tinha. Aqui consegui me reerguer e a dizer não às drogas”, disse a cozinheira, que finalizou o ensino fundamental e iniciou o médio a partir da internação.

O Centro, construído e mantido pelo Governo do Estado, faz parte da rede estadual de atenção psicossocial e completou aniversário no dia 28 de março. “A questão das drogas é tratada no mundo inteiro como uma epidemia e aqui nós não podíamos pensar que é diferente, por isso o Governo do Estado assumiu pra si essa responsabilidade de construir e manter esse Centro e resgatar essas pessoas dando a elas a oportunidade de se libertar das drogas”, afirma o secretário de Estado da Saúde, Wilson Alecrim.

Com 5 mil metros quadrados de área construída, o Centro tem capacidade para internar até 120 pacientes, por um período de 90 dias. Além do tratamento médico-ambulatorial, os pacientes participam de oficinas terapêuticas e capacitação, como oficinas de artesanato, música, biojoias, corte e costura, panificação e confeitaria. De acordo com a gerente do Programa Estadual de Saúde Mental, Maria de Lourdes Siqueira, o objetivo é dar a oportunidade do paciente, após a reabilitação, desenvolver algum tipo de atividade que possa gerar renda.

No Centro, os pacientes também são incentivados a estudar e realizar provas do exame supletivo, em parceria com a Secretaria de Estado da Educação (Seduc). De acordo com o diretor da unidade, Pablo Gnuztmann, neste primeiro ano 478 alunos se submeteram ao exame e mais de 80% conseguiram aprovação.

Um outro diferencial no tratamento ofertado pelo Centro é o envolvimento direto das famílias no tratamento do residente. “Toda semana nós temos um momento com as famílias, eles participam de atividades junto com paciente e são orientadas a manter esse apoio constante que é fundamental para o sucesso do tratamento”, explica Lourdes Siqueira.

A unidade conta com quatro alojamentos divididos entre masculino, feminino e adolescente, todos com salas de TV e cinema e ambientes climatizados. O Centro está apto a receber e tratar adultos e adolescentes acima de 14 anos.

Portas de entrada 

Os Centros de Atenção Psicossocial (CAPs) e as Policlínicas de rede estadual e municipal de saúde são as unidades que devem ser procuradas para o primeiro atendimento para os dependentes químicos. Nestas unidades há equipes capacitadas para avaliar se o caso pode ser tratado lá mesmo ou se o paciente necessita de um período de internação. Estas unidades fazem o encaminhamento do paciente para o Centro de Reabilitação.

Ao chegar ao Centro, o residente passa por avaliações feitas por uma equipe multiprofissional formada por um médico psiquiatra, enfermeiro, psicólogo, nutricionista, assistente social e técnico de enfermagem. A partir deste diagnóstico, é traçado um plano terapêutico de tratamento para o residente.

Cada residente fica em tratamento por um período de 90 dias, prazo que pode ser prorrogado por até 120 dias, caso seja necessário. Após esse período o paciente é encaminhado de volta ao CAPs de origem para dar continuidade ao tratamento e processo de recuperação.

Amazonianarede´-Secom

 

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