Cidade do Vaticano- O Vaticano abriu oficialmente o processo de beatificação e canonização do ex-arcebispo, que já teve duas fases superadas
Às pessoas próximas, dom Helder Camara confessava não almejar os altares dos templos católicos.
Dizia ser insignificante para merecer venerações. Morreu e seus admiradores, que sonhavam com um “Santo Helder”, começaram a falar abertamente da possibilidade, que ganhou força ontem com anúncio oficial da abertura do processo de beatificação e canonização do ex-arcebispo de Olinda e Recife. O anúncio veio após o Vaticano emitir o Nihil Obstat (Nada Consta), documento em que se afirma não existir impedimento para realização do processo. Agora, estão vencidas duas das sete etapas necessárias para que o religioso falecido em 1999 se torne santo.
Com o Nihil obstat, dom Helder passa a ser “Servo de Deus”, mesmo título é dado a Frei Damião de Bozzano e a Dom Vital, capuchinhos cujos processos de beatificação e canonização também estão sob responsabilidade da Arquidiocese de Olinda e Recife.
Na carta encaminhada ao arcebispo atual, dom Fernando Saburido, o prefeito da Congregação das Causas dos Santos, cardeal Angelo Amato, afirma que “explorado o assunto, agrada-me fazer Vossa Excelência ciente de nada obsta, da parte da Santa Sé, a que a Causa de Beatificação e Canonização do memo Servo de Deus possa ser realizada”. A carta é de 25 de fevereiro deste ano.
“Tenho um carinho enorme por dom Helder e desde que cheguei à arquidiocese há esse desejo do povo de Deus”, disse o arcebispo dom Fernando Saburido. A carta da arquidiocese solicitando autorização para abrir o processo foi encaminhada à Congregação Causa dos Santos há dez meses.
Tribunal
A ordem na arquidiocese é acelerar o ritmo das ações relacionadas ao ex-arcebispo de Olinda e Recife. Entre as ações está prevista uma missa na Catedral da Sé, em Olinda. A celebração acontecerá às 9h do dia 3 de maio, quando dom Fernando Saburido nomeará o Tribunal Eclesiástico do processo de dom Helder.
O tribunal terá cinco membros, sendo dois especialistas em Direito Canônico. Caberá a ele, ouvir pessoas que conviveram com o ex-arcebispo e analisar os textos publicados por ele. A expectativa é que os nomes da equipe comecem a ser divulgados a partir da próxima semana.
À frente do processo de dom Helder na Arquidiocese de Olinda e Recife, frei Jociel Gomes ressaltou a importância, além do Tribunal Eclesiásticos, das comissões histórica e teológica. Essa última, segundo ele, ainda será criada. 
