BRASÍLIA, DF – Após 14 anos de gestão petista, a presidente afastada Dilma Rousseff estruturou um “bunker de resistência”, dentro do Palácio do Alvorada, para preparar uma contraofensiva de esquerda à gestão interina de Michel Temer.
Na quinta-feira (12), após a abertura do processo de impeachment contra a Dilma no Senado, o peemedebista Michel Temer assumiu a presidência interina.
Segundo informações da Folha de S.Paulo, Dilma montou um arquivo detalhado com números e estatísticas de iniciativas e programas das gestões petistas, concentrado na evolução ano a ano e no número de beneficiários das principais vitrines eleitorais da gestão da presidente, como os programas Minha Casa, Minha Vida, Pronatec e Bolsa Família.
A intenção da presidente é formular um discurso unificado para atacar o governo interino sobre eventuais retrocessos em relação às administrações de Dilma e Lula e para rebater eventuais críticas feitas pela gestão Temer em relação ao legado do PT no país.
De acordo com a publicação, a assessora presidencial Sandra Brandão, apelidada de “Google do Planalto”, é a responsável pela administração do arquivo. Durante a gestão petista, ela era responsável por fornecer rapidamente dados governamentais para Dilma durante os debates televisivos na campanha de 2014.
No campo digital, Dilma também montou uma equipe para cuidar do compartilhamento de conteúdo nas redes sociais e reforçará a divulgação do portal Informa Brasil. Criado no ano passado pelo governo federal, mas que até o momento não havia sido divulgado, o site reúne informações sobre as iniciativas da gestão petista na Presidência.
A estratégia, como explicou um assessor da presidente afastada, é “ocupar o máximo de espaço possível”, fazendo, assim, um contraponto a Temer no período de afastamento.
A equipe dela é formada por nomes como o assessor especial Giles Azevedo, o fotógrafo Ricardo Stuckert e o ex-subchefe de assuntos jurídicos da Casa Civil Jorge Rodrigo Messias, o “Bessias”, citado em conversa telefônica interceptada pela Polícia Federal entre a presidente e seu antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva, em março.
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