Dilma faz pedaladas em Porto Alegre

Dilma, deixou de "pedalar" no Planalto e agora, pedala em Porto Alegre

Dilma, deixou de "pedalar" no Planalto e agora, pedala em Porto Alegre
Dilma, deixou de “pedalar” no Planalto e agora, pedala em Porto Alegre

Porto Alegre , RS – A presidente afastada Dilma Rousseff (PT) pedalou por quase uma hora na manhã deste sábado (14), em Porto Alegre. Desde que foi afastada do cargo pelo Senado, na última quinta (12), é a primeira vez que Dilma pedala publicamente.

A petista exercitou-se das 7h15 às 8h acompanhada de seguranças: dois guardas de bicicleta, três carros e uma caminhonete que levou as bicicletas até o ponto de partida, na orla do rio Guaíba. O trajeto escolhido foi da zona sul, onde fica seu apartamento, em direção ao centro da cidade.

Dilma respondeu sorridente aos cumprimentos que recebeu ao longo do trajeto. Ela não foi alvo de protestos enquanto andava de bicicleta.

A presidente afastada deixou Brasília no início da noite de sexta (13), por volta das 19h, com destino a Porto Alegre. A petista desembarcou na Base Aérea de Canoas, na região metropolitana, por volta das 21h30, e dali partiu de carro para seu apartamento na zona sul da capital gaúcha.

Dilma está em Porto Alegre para “curtir a família”, segundo sua assessoria. Ela passará o sábado e o domingo com sua filha, Paula Araújo, e seus dois netos: Gabriel, 5, e Guilherme, de quatro meses. Quando está na cidade, a presidente afastada também costuma encontrar seu ex-marido e conselheiro político informal, Carlos Araújo.

Durante a tarde, um grupo de mulheres se reuniu em frente ao prédio de Dilma para demonstrar apoio à presidente afastada (leia abaixo).

Antes de embarcar para o Rio Grande do Sul nesta sexta (13), Dilma concedeu entrevista coletiva a veículos de imprensa estrangeiros. Na entrevista, Dilma afirmou que “sofreu toda sorte de sabotagem”. Sobre a gestão de seu vice, o presidente interino Michel Temer (PMDB), Dilma afirmou que será um governo liberal no campo econômico e “extremamente conservador” na cultura e políticas sociais.

Ela ainda opinou sobre a decisão de Gilmar Mendes, ministro do STF, de suspender a coleta de provas da investigação sobre pagamento de propina ao senador Aécio Neves (PSDB-MG), no esquema de corrupção de Furnas. “Acho bastante interessante”, disse Dilma ironicamente. Segundo sua assessoria, Dilma deve retornar a Brasília na segunda-feira (16).

ATO DE APOIO

Um grupo de 16 mulheres cantou mensagens de apoio à presidente afastada Dilma Rousseff (PT) no início da tarde deste sábado (14), em frente ao apartamento da petista, na zona sul da capital gaúcha.

As mulheres entoaram cânticos como “nem recatada nem do lar, a mulherada está aqui para te ajudar” e “Dilma, nossa querida, pode chegar que aqui tu é bem-vinda”. Os primeiros versos são referentes aos adjetivos usados pela revista Veja para definir a primeira-dama interina, Marcela Temer, mulher de Michel Temer (PMDB).

Ao som de instrumentos de percussão, as mulheres iniciaram o protesto por volta das 13h30. O ato durou cerca de 30 minutos. Através do interfone, um morador pediu que o grupo silenciasse porque havia uma criança doente no prédio.

O grupo se intitula “Não mexe comigo que eu não ando só”, uma referência a um verso de Maria Bethânia, e ensaia como um bloco de carnaval feminista.

“É um momento político complicadíssimo. É um golpe machista. A gente sabe que têm problemas, mas boa parte do que está acontecendo é por ela ser mulher. Se fosse homem, a reação não seria tão forte”, disse Kátia Azambuja, 28, socióloga, integrante do grupo.

Uma estudante tentou entregar um ramalhete com quatro rosas vermelhas à Dilma, mas não foi atendida pelos seguranças na portaria.

“Somos Dilma, somos a favor da democracia, da dignidade, da liberdade e não vamos desistir”, disse Rafaela Araújo La Porta, 19, estudante de Direito que segurava as flores. Ela veio de forma independente, sem tocar com o grupo.

Pela manhã, três simpatizantes de Dilma e do PT permaneceram do outro lado da rua, em uma “vigília pela democracia”, das 10h30 às 11h30. De dentro de uma caminhonete branca, uma mulher que dirigia buzinou e gritou “perda de tempo” ao pequeno grupo. Uma das mulheres contra o impeachment respondeu: “está passando no sinal vermelho”. A motorista a favor do impeachment estava cometendo uma infração de trânsito. Além dessa manifestação individual, a reportagem não presenciou nenhum protesto contra a presidente afastada.

MANIFESTAÇÃO

A Frente Brasil Popular (FBP) organiza um protesto para homenagear Dilma neste domingo (14), ainda sem horário e local confirmados. A frente optou por “preservar o sábado de descanso” de Dilma, que passa o final de semana com a filha e com os netos.

Amazonianarede-Agencia Folha

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