Dep. José Ricardo cobra em Audiência Pública internet para todo o Amazonas

Dep. José Ricardo cobra em Audiência Pública internet para todo o Amazonas

Amazonas – Foi realizada na manhã desta terça-feira (31), A Audiência Pública que debateu os entraves, a abrangência  e a instalação do Programa Amazônia Conectada, que levará internet por cabos subaquáticos a municípios do Amazonas. A autoria da discussão é do deputado José Ricardo (PT) e contou com a participação de órgãos públicos, entidades envolvidas na instalação do programa e prefeituras dos municípios que serão beneficiados, além de empresas do segmento.

O Amazônia  Conectada é um projeto idealizado no Amazonas que teve início em 2011, durante o Governo da presidenta Dilma Roussef, e foi implantado com o objetivo de favorecer o desenvolvimento da população que reside nas cidades ao longo dos rios do Amazonas com a utilização da internet banda larga.

O programa está em andamento, com muitos entraves, como falta de estrutura e de gerenciamento para dar manutenção às instalações, e corre o risco de ser interrompido por decisão do atual Governo Federal.

De acordo com José Ricardo, o Programa já chegou a alguns municípios e é fundamental para o Estado para melhorar as políticas de saúde, da educação e da geração de emprego e renda. “Vamos cobrar a sua continuidade e conclusão para que chegue a internet em todos os municípios, uma vez que é importante para o desenvolvimento do interior do Estado”, destacou.

O professor João Guilherme, do Instituto Federal do Amazonas (Ifam), idealizador do Amazônia Conectada, fez uma apresentação do projeto. Ele explicou que inicialmente contemplava as infovias do Madeira, do Purus, do Juruá, do Solimões e a do Rio Negro. Mas com a evolução do projeto e com a ajuda do Exército, que conseguiu reduzir o orçamento em um terço do valor inicial, passando de R$ 1,5 bilhão para R$ 408 milhões, correspondendo a 9 mil quilômetros, ele vai poder ser ampliado para toda a Amazônia, incluindo, as capitais.

Interior

“Quando este programa estiver concluído, será possível oferecer para a população do interior do Amazonas uma série de serviços  de telecomunicações com a mesma qualidade das capitais. Será possível também apoiar a telemedicina, universidades à distância, com interconexões com as áreas da saúde, segurança pública, trânsito e turismo. E mais: irá interiorizar políticas públicas que hoje estão apenas na capital, ajudando a população do interior, os verdadeiros guardiões da floresta, a ter a mesma cidadania de um morador da capital”, afirmou João Guilherme, fazendo um apelo aos parlamentares, para que haja união, por exemplo, para apresentação de emendas ao orçamento do Estado direcionadas à conclusão da implantação de fibra ótica pelos rios da Amazônia.

Já o general do Exército Alexandre Lobo, membro do Comitê Gestor do Programa, declarou que para ser definitivamente implantado é preciso que alguém assuma esse projeto, que pode ser o Governo Estado. “É fundamental saber se há interesses em efetivar verdadeiramente essa proposta, pois ainda falta muito a ser definido para que haja avanço, como por exemplo, a estrutura e a manutenção do projeto, já que não foi definido quem será o responsável por essa função, bem como será executada”.

Mito

O presidente da Associação dos Provedores Regionais de Internet do Amazonas, Neilson Reis, disse que se sente neutro diante do programa e que ainda existe um mito no Amazonas de que a internet é ruim e cara. Para ele, isso não é mais uma total realidade. “Já houve vários projetos  de empresas privadas tentando trazer a fibra ótica, mas que não deu certo.

Com a chegada da Telebrás, atuando nesse segmento, houve uma redução no custo. O empresariado gostaria que esse projeto fosse feito de forma limpa e clara. É preciso que seja definido o preço e que esse preço não comprometa o custo. E também é preciso parar de criar entraves, para que as empresas privadas entrem nesse projeto”, disparou.

O representante da Telebrás, Hélcio Vieira, também membro do Conselho Gestor do Programa, garantiu que a internet será vendida para os provedores regionais de forma justa, transparente e que pensa da mesma forma que a Associação, portanto, irá providenciar a participação de representante dos empresários regionais na gestão do Amazônia Conectada.

Para o prefeito de Tefé, Normando Bessa, até hoje, não há transparência quanto à instalação do Programa nesse Município. “Falta vontade política para resolver a falta de conectividade de qualidade em Tefé. Quero sair com a esperança de saber quando será disponibilizado o uso de banda larga. Temos um hospital todo equipado, mas que não funciona na sua integralidade porque precisa de internet de qualidade”.

Já o prefeito de Novo Airão, Wilton Santos, criticou a má qualidade e o alto custo dos serviços de internet nos municípios. “Espero que com a implantação do Programa, além de melhorar a qualidade, que os municípios não fiquem refém dos revendedores de serviços internet”, disse ele, lembrando que hoje o município tem fibra ótica, mas falta conectividade.

O deputado José Ricardo, que criticou a ausência de representante do Governo do Estado, encaminhará à bancada federal o resultado da audiência de hoje, que, dentre outros assuntos, solicita a manutenção dos investimentos pelo Governo Federal, a destinação de emendas parlamentares e de bancadas para o programa Amazônia Conectada e a definição de um cronograma de conclusão do projeto.

Sobre o Programa

O programa piloto foi instalado pelo Exército numa extensão de 10km, entre instalações militares no rio Negro, ao custo de R$ 2 milhões, inaugurado e testado no dia 16 último. O próximo trecho será entre Tefé e Coari, com previsão de investimentos de R$ 15 milhões e conclusão até final do ano.

Foi anunciado que 52 cidades seriam interligadas. A previsão é que serão instaladas 9 mil km de fibra óptica subfluvial, com a criação de seis infovias, alcançando os grande rios do Amazonas: Alto Rio Negro (989,9 km), Alto Solimões (1.263,7), Juruá (2.628,7), Japurá (403,3), Madeira (1.611,0) e Purus (2.170,2).

Participaram dessa Audiência Pública, dentre outros órgãos e entidades: Universidade do Estado do Amazonas (UEA), Instituto Federal do Amazonas (Ifam), Empresa de Processamento de Dados do Amazonas (Prodam), a Telecomunicações Brasileiras S.A (Telebras), o Comando Militar do Amazonas, além das Prefeituras de Tefé, Coari e Novo Airão.

|Amazonianarede-Aleam

 

 

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