Brasil – O ex-presidente, o ex-diretor de relações institucionais e o ex-diretor-superintendente da Odebrecht prestaram depoimentos no âmbito da Lava Jato na semana passada.
Segundo a Folha, Marcelo Odebrecht, Alexandrino Alencar e Paulo Melo confirmaram que a empreiteira comprou, há 6 anos, um imóvel destinado à construção de uma nova sede do Instituto Lula.
A compra do imóvel, situado na Rua Dr. Haberbeck Brandão, nº 178, em São Paulo, é um dos centros da denúncia em que o ex-presidente Lula é acusado de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
De acordo com procuradores da Lava Jato, uma parcela das propinas pagas pela empreiteira em contratos da Petrobras teria como objetivo a aquisição de um terreno onde seria construída a sede do Instituto Lula.
Segundo a reportagem, as delações de Marcelo, Alencar e Melo confirmam que o imóvel, adquirido pela DAG Construtora no papel, foi na verdade pago pela Odebrecht. Após a compra, a intenção
era a de fazer com que outras grandes empresas ajudassem a construir o novo prédio.
Na delação, há afirmações de que Lula e Maria Letícia chegaram a conhecer o terreno, mas não teriam gostado do local. Com isso, Marcelo determinou a Melo que procurasse outros imóveis pela cidade. No entanto, este projeto não foi para a frente
Outro lado
O Instituto Lula disse, por meio de sua assessoria de imprensa, que não comenta “supostas delações”. Declarou também que “delações não são prova, quanto mais supostas delações”.
No comunicado, é dito que o ex-presidente não solicitou nenhuma vantagem indevida e que sempre agiu dentro das leis. “O terreno nunca foi do Instituto Lula e tampouco foi colocado à sua disposição. O imóvel pertence a empresa particular que lá constrói uma revenda de automóveis. Tem dono e uso conhecido. Ou seja, a Lava Jato acusa como se fosse vantagem particular de Lula um terreno que ele nunca recebeu, nem o instituto – que não é propriedade de Lula, nem pode ser tratado como tal, porque o Instituto Lula tem uma personalidade jurídica própria”
A empresa DAG Construções informou que não iria se pronunciar.
Já a Odebrecht, por meio de nota da assessoria de imprensa, afirmou que não se manifesta sobre o assunto, mas reafirma seu compromisso de colaborar com a Justiça.
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