Violentas manifestações na Espanha deixam 60 feridos e 35 presos

Protestos na Espanha

Pelo menos 60 pessoas ficaram feridas e 35 foram presas durante os violentos protestos na Praça de Netuno, próxima ao Congresso espanhol, em Madri. Os manifestantes, que protestaram contra a crise econômica que assola o país e o distanciamento da classe política dos problemas sociais, entraram em confronto com a polícia.
De acordo com as autoridades da cidade, seis mil pessoas participaram do protesto. Para garantir a segurança dos parlamentares, 30 dos 52 grupos operativos das Unidades de Intervenção Policial (UIP) de todo o país foram deslocados para a capital.
O objetivo da manifestação era mostrar aos políticos espanhóis o descontentamento da população e iniciar um “processo constituinte”, segundo informou o El País. Foram formados três anéis de segurança nos arredores do Congresso, dois deles fechados às 18h locais. Com a agitação dos manifestantes, que romperam parte da grade que cercava a praça Netuno, a polícia interveio e realizou as primeiras prisões.
A polícia foi acionada desde a noite da segunda-feira (24), quando a Delegação de Governo de Madri autorizou que os cidadãos se concentrassem perto do parlamento. Cerca de 1.350 agentes foram mobilizados para patrulhar a manifestação, organizada pela La Coordinadora 25-S, que em nota ironizou a licença que o governo concedeu para que os cidadãos possam se manifestar, lembrando velhas conquistas dos espanhóis.
“Depois de Cristina Cifuentes (política espanhola) declarar que ‘se manifestar perto do Congresso é ilegal’, teve, como é seu costume, de se retificar e admitir que se pode, sim, posto que a ação está protegida pelo direito constitucional de reunião”, diz trecho da nota do movimento.
Contexto econômico e social
Em maio de 2011, a Espanha se viu em meio ao surgimento de um movimento popular que reivindicava mudanças na política e na sociedade espanhola. Chamado de Movimento dos Indignados e 15-M, em referência à data de eclosão da manifestação, 15 de maio, os manifestantes, em sua maioria jovens mobilizados pelas redes sociais, tomaram as ruas de todo o país. O epicentro e ponto mais emblemático do movimento foi a Puerta del Sol, principal praça da capital Madri.
O país ibérico vive um dos piores momentos de sua história econômica e social. Afundado pela crise da dívida na Europa, é iminente um resgate financeiro externo, condicionado a mais cortes de gastos do governo. A medida é largamente impopular. O desemprego atinge 25% da população, e o número de jovens sem trabalho chega a 50%.

(Por:JB)

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