Brasilia – Ontem, o Presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, desferiu um duro golpe contra a Ordem dos Advogados do Brasil e seu presidente, Marcus Vinícius Furtado Coelho. Dentre outras falas, classificou a ordem de “cartel”que está “sem credibilidade”. Quanto a Coelho, Cunha o chamou de “agente do Molon”, em referência ao parlamentar do PT/RJ.
As afirmações foram divulgadas pelo Correio Braziliense. Cunha fora questionado acerca da pesquisa Datafolha, encomendada pela OAB Federal. A pesquisa levantou que 79% da população acredita que financiamento privado de campanha, aprovado na Reforma Política da Câmara, estimula a corrupção.
“Eu não vi essa pesquisa, e tem que ver exatamente como ela foi perguntada. Eu já vi pesquisas dizendo o contrário, que a população é contra o financiamento público. Não contra o privado. E isso, pesquisas recentes de vários institutos. Pelo que eu vi até agora, ninguém da população quer gastar o dinheiro da saúde, da educação, para colocar em campanha política. Não vi uma pesquisa que dissesse isso. Vou ver qual o grau de legitimidade dessa pesquisa”, disse Cunha.
Cunha aproveitou para criticar o presidente da Ordem, Marcus Vinicius Furtado Coêlho, indicando que ele seria submisso ao parlamentar Alessandro Molon, do PT/RJ – “A OAB não tem muita credibilidade já há muito tempo. As minhas críticas à OAB são constantes. Aliás, o presidente da OAB (Marcus Vinicius Furtado Coêlho), que criticou na semana passada a maioridade penal, se você pegar os panfletos de campanha do (deputado) Alessandro Molon (PT) no Rio de Janeiro, ele faz parte dos panfletos. Ele é um agente do Molon, um apoiador do Molon”.
Grande nome do Congresso pelo fim do exame de ordem, Cunha ainda classificou a entidade como um cartel sem credibilidade – “A credibilidade deles (OAB), que não tem eleição direta, que não prestam contas, como autarquia que eles são… esse roubo que é o Exame da Ordem… a OAB é um cartel eleito por eleição indireta, que movimenta bilhões sem fiscalização. A OAB tem que ser questionada em vários pontos. Ela precisa ser mais transparente”.
Coêlho e Datafolha rebatem as acusações
Mauro Paulino, diretor do Datafolha, defendeu que “A pergunta é clara e objetiva”. Para ele, “as pessoas respondem com base nas informações que recebem. E, de maneira geral, avalio que recebem pouca informação.”
Já o Coêlho defendeu que a discussão não pode ir para o campo pessoal – “A pesquisa é do Datafolha. Ela revelou os números, com a credibilidade que é detentora. As ideias devem brigar, não as pessoas. As instituições devem se respeitar”.
“O debate de ideias e a divergência de opiniões são próprias de uma democracia. Ofensas e desacatos não vão mudar os números da opinião pública”, completou.
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