CPI desiste de pedir exumação do corpo de Janene

Hugo Motta diz que se documentos não forem suficientes pode pedir exumação
Hugo Motta diz que se documentos não forem suficientes pode pedir exumação
Hugo Motta diz que se documentos não forem suficientes pode pedir exumação

O presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras, deputado Hugo Motta (PMDB-PB), anunciou nesta quinta-feira (21) ter desistido de apresentar um requerimento para exumação do corpo do ex-deputado José Janene, morto em 2010.

Motta explicou que não vai apresentar o requerimento a pedido da família de Janene, que se comprometeu a enviar à comissão documentos comprobatórios de que o ex-deputado realmente morreu. “Eu falei com a filha do senhor José Janene ontem à noite e recebi o advogado de sua ex-esposa. Ele me fez um apelo que tem como me encaminhar as documentações que comprovam realmente que o senhor José Janene morreu”, afirmou, acrescentando que a comissão seguirá com o processo de exumação se os documentos não forem suficientes para afastar a suspeita de que o ex-parlamentar forjou a própria morte.

Na reunião de quarta-feira (20) da comissão, Motta disse ter recebido informações, atribuídas à viúva de Janene, Stael Janene, de que o ex-deputado não tinha morrido. Por isso, afirmou que iria pedir à Justiça autorização para exumação do corpo. Deputados da CPI estranharam o pedido. “Isso vai tirar o foco da CPI”, reclamou o deputado Júlio Delgado (PSDB-MG).

Hoje, ao anunciar que vai suspender a iniciativa até que os documentos sejam analisados, Motta justificou sua iniciativa. “Todas as informações que chegarem terão o mesmo tratamento. Não podemos desprezar informações. O que cabia a este presidente era agir da forma que agimos”, disse.

Janene morreu em 2010 em consequência de doença cardíaca grave, constatada por junta médica da Câmara em 2006, quando ele respondia a acusação de envolvimento no Mensalão. Ele morreu no Instituto do Coração, em São Paulo.

Segundo o doleiro Alberto Youssef e o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, Janene era o centro do esquema de desvio de dinheiro da Petrobras e atuava em nome do PP, partido que liderava na Câmara.

Nota da viúva

Em nota publicada ontem na sua página no Facebook, Stael Janine desmentiu as informações de que estaria desconfiada da morte do marido. “Em momento algum procurei ou fui procurada por qualquer deputado dizendo o que colocaram em minha boca, principalmente no que tange a respeito de minha suposta desconfiança sobre a morte do pai de meus filhos”, escreveu na nota, dizendo-se “estarrecida ao ver toda a mídia nacional colocar palavras e situações em minha boca sem nunca eu pronunciá-las”.

A viúva também afirmou que foi com os filhos receber o corpo de José Janene numa mesquita muçulmana em Londrina e que não havia caixão nenhum no enterro, muito menos lacrado, pois o ex-deputado foi sepultado sob os costumes muçulmanos – os mortos são envoltos em uma túnica branca.

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