Comissão de Saúde discute legalidade da vinda dos médicos estrangeiros para o País

(Foto: Robervalo Rocha – CMM)

A polêmica vinda dos médicos estrangeiros para o País e à Manaus entrou, mais uma vez, na pauta dos debates da Comissão de Saúde da Câmara Municipal (COMSAU/CMM) presidida pelo vereador Marcelo Serafim (PSB).

Nesta quarta-feira (6), a Comissão realizou uma reunião, para discutir sobre a real necessidade e a legalidade da vinda dos médicos estrangeiros para o Brasil, em especial para Manaus.

Participaram desta reunião a vereadora professora Jaqueline (PPS), Dr. Ewerton Wanderley (PSDB), Mário Viana, presidente do Sindicato dos Médicos do Estado do Amazonas (Simeam); José Bernardes Sobrinho, presidente do Conselho Regional de Medicina do Amazonas; e profissionais da área da Saúde.

O debate atende à solicitação do vereador Dr. Ewerton Wanderley mediante requerimento apresentado a Casa Legislativa. “Hoje o tema abordado é o programa ‘Mais Médicos’, conheço algumas realidades do interior do Amazonas e não sou contra a vinda destes médicos, porém queremos o cumprimento da Lei que é a Revalidação do Diploma, o que não vem acontecendo”, esclareceu o parlamentar.

Para o vereador Marcelo Serafim que também é farmacêutico, esse é um debate fundamental. É preciso ouvir a classe médica brasileira sobre este importante tema que tem tido um grande espaço na mídia brasileira. “A Comissão de Saúde está sempre disposta a debater temas de relevância para a área da saúde e o Revalida para os médicos estrangeiros é um assunto que tem chamado a atenção dos médicos e da população também”, disse.

Segundo Mário Viana, presidente do Sindicato dos Médicos do Estado do Amazonas (Simeam) que participou desta reunião na Câmara, o Sindicato entende que a vinda dos profissionais formados no exterior, sejam brasileiros ou estrangeiros é necessária, mas com algumas ressalvas. “Não existe xenofobia desde que seja cumprida a legislação vigente de fazer o exame Revalida o que não vem acontecendo no País, neste sentido o Sindicato é contrário a vinda dos médicos estrangeiros”, argumentou.

De acordo com o Simeam já começam a surgir denúncias no País e aqui em Manaus, via internet, de situações absurdas. “Infelizmente é uma realidade principalmente em alguns países como a Bolívia onde a formação destes médicos é totalmente fora dos padrões imagináveis. Existe um cálculo de mais de 25 mil estudantes de medicina só na Bolívia (um número maior do que todos os estudantes da USP que é a maior universidade pública da América do Sul) fazendo medicina sem nenhum preparo anterior, em condições irregulares, sem ter uma prática em hospital credenciado o que resulta em profissionais de péssima qualidade” enfatizou Mário Viana.

O Sindicato espera que em vez de ‘Mais Médicos’ o País tenha mais qualidade, investimento, plano de cargos, carreiras e salários, um piso salarial atrativo para estes profissionais da saúde. “Esta Casa tem demonstrado grande empenho de política partidária e tem buscado o diálogo através da Comissão de Saúde, presidida por Marcelo Serafim, com objetivo de dar um encaminhamento que venha a ser o melhor para a sociedade. Esperava uma presença maior da classe médica, mas devido a chuva poucos profissionais vieram a esta reunião, de qualquer forma é uma responsabilidade muito grande colocar no Brasil e no nosso Estado uma medicina pobre para ricos e vice-versa”, argumentou o presidente do Simeam.

O presidente Conselho Regional de Medicina do Amazonas, José Bernardes Sobrinho, informou que apesar de ter concedido o registro de 48 médicos estrangeiros para atuarem no Amazonas, ele não fiscalizará o trabalho dos mesmos.

“Eu praticamente fui obrigado a dar o registro, mas não vou fiscalizar os médicos do Programa Mais Médicos, Isso não compete a mim. O que posso fazer caso chegue alguma denúncia é ir até a polícia”, finalizou.

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