Comércio virtual vai crescer 25% em 2013

São Paulo – Eletrodomésticos respondem pelo maior volume de negócios, com 15%, seguidos de produtos de informática, com 12%, eletrônicos de lazer, com 8%, e cosméticos, 7%.

O ritmo de crescimento do varejo virtual, nos mercados mais dinâmicos, se aproxima dos 50%, três vezes mais que os melhores momentos do comércio tradicional. No Brasil, em que o acesso à internet ainda é limitado à metade da população, o fenômeno se repete, e o e-commerce cresce bem mais rápido. A Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico e consultorias especializadas como e-bit e e-consulting convergem nas previsões de um salto acima de 25% no faturamento este ano.

Presidente do Conselho do Programa de Estudos do Varejo (Provar), Claudio Felizone de Ângelo atribui a corrida dos gigantes do varejo para os canais on-line a esse dinamismo revelado pelo comércio eletrônico. “O varejo virtual não atinge ainda 5% do volume das transações, mas mostra tendência de expansão, particularmente nos produtos de maior valor agregado e consequentemente margem mais elevada de lucro, como eletroeletrônicos e perfumaria”, argumenta.

Antonio Everton Chaves Júnior, da Confederação Nacional do Comércio (CNC), parte de dados muito semelhantes quanto à demanda do e-commerce para comentar os efeitos sobre o comércio tradicional. Os eletrodomésticos respondem pelo maior volume de negócios, com 15%, seguidos de produtos de informática, com 12%, eletrônicos de lazer (gravadores, IPods, câmeras digitais), com 8%, cosméticos e perfumaria, com 7%, e artigos de vestuário, com 7%. O desempenho de produtos ligados à beleza e cuidados pessoais reflete uma crescente presença feminina no e-commerce.

Para as pequenas empresas, diz o consultor Gabriel Lima, diretor da Enext, esse vasto cenário traz diversas oportunidades especialmente aos empreendedores que se voltarem para nichos específicos. “Nem todos os pequenos estão preparados para atuar nesse mercado. Mas os que souberem investir em logística e atendimento, sem olhar essa estratégia como um custo, certamente terão êxito”, diz.

De modo geral, o desempenho brasileiro ainda é embrionário se comparado ao principal mercado do comércio eletrônico, os EUA. “Nos Estados Unidos, as transações via web atingem 8% do volume negociado, o dobro ou mais do que se registra por aqui. As diferenças decorrem da estrutura logística, bem mais desenvolvida, da menor concentração de renda, tanto per capita quanto por região e, claro da riqueza. Lá, eles são 10 a 13 vezes mais ricos do que nós, tem termos relativos”, compara Antonio Everton, da CNC.

A pesquisa do Comitê Gestor da Internet – TIC Domicílios 2011 revela um atraso em relação a economias de porte compatível com o nosso, como as latino-americanas. O Brasil tem uma baixa taxa de inclusão e acesso a internet, da ordem de 39% dos domicílios semelhante à da Venezuela. “Na Argentina, se chega a 67%, no Chile a 59%, na Colômbia e Uruguai a 56%”, coteja. Essa limitação na oferta da rede, fortemente desigual em termos regionais dadas as insuficiências de infraestrutura no Norte e no Nordeste do país, se soma às desigualdades de renda e acesso ao crédito para limitar a expansão do comércio eletrônico. “O levantamento, o mais completo dentre os mais recentes, revela 32 milhões de pessoas comprando pela internet, um número bem inferior às nossas possibilidades”, constata.

Antonio Everton chama atenção para o fato de que 59% dos internautas já fizeram pesquisa de preços e 29% compraram pela internet. “Desses que compraram, 70% usaram cartão de crédito e 30% recorrem ao boleto bancário. Assim, um aumento da bancarização, no rastro da recuperação da economia e do aumento verificado na oferta de empregos formais, com carteira assinada, deve se refletir num crescimento dos negócios pela internet em ritmo mais rápido do que o resto da economia”, prevê.

A defesa das margens de lucro pelos operadores deverá combinar aspectos inovadores de gestão e o uso eficiente da logística. “A chegada de novos consumidores está trazendo uma pressão muito grande sobre a logística e sobre a infraestrutura de atendimento”, afirma.

(Brasil Econômico)

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