Parintins, AM – A conservação da vida no tabuleiro de desova de quelônios e aves migratórias na comunidade Vila Nova, na região do Mocambo do Arari, está ameaçada pela pressão de coletores de ovos de tracajá e ovos de fora do município de Parintins.
A constatação foi feita por colaboradores do Projeto Pé-de-Pincha e fiscais do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) durante apreensão de uma grande quantidade de ovos entre sábado e domingo.
A fiscalização identificou coletores do município de Urucará e até de Manaus na área onde a Universidade Federal do Amazonas (UFAM) desenvolve, em parceria com o Ibama, o Projeto Pé-de-Pincha. Quelônios, principalmente as espécies tartaruga da Amazônia, tracajá e pitiú, costumam subir na praia e depositam os ovos na areia. Nesta época do ano, aves migratórias como corta-água e marrecos usam a praia para fazer ninhos e desovarem.
De acordo com o chefe da unidade avançada do Ibama em Parintins, Heliton Ferreira, houve a apreensão de grande volume de redes utilizadas na pescaria de quelônios.
Outro fato grave era a presença de bastantes coletores de ovos de pássaros. A maior preocupação de Heliton Ferreira se relaciona para a questão de que a ação de coleta de ovos das aves pode causar um desequilíbrio ecológico grande nessas espécies na área.
Pessoas de Urucará, Manaus e outras regiões vêm em busca dos ovos dos quelônios e aves nessa região do Baixo Amazonas por ser um lugar, uma praia grande, área de preservação, onde ainda é possível encontrar em larga escala.
“Nas áreas que não são preservadas, estão monitoradas, já é escasso. As próprias aves não conseguem fazer seus ninhos na praia e sofrem muita pressão de coleta. Por isso tem pessoas de vários lugares”, enfatiza o chefe do Ibama.
Apreensão no aeroporto
No aeroporto Júlio Belém, em Parintins, o raio x detectou uma boa quantidade de ovos de tracajá, que eram transportados numa maleta para Manaus.
O Ibama foi chamado e com a colaboração da Policia Militar a carga ilegal foi apreendida e gerou multa de mais de R$ 800 mil ao proprietário que não teve o nome revelado.
O infrator terá 20 dias para recorrer da punição.
Amazonianarede – Repórter Parintins