Coarienses se acorrentam em Manaus em protesto contra a corrupção

Acorrentados, coarienses protestam contra a corrupção em Manaus.
Acorrentados, coarienses protestam contra a corrupção em Manaus.

Manaus – Um grupo de aproximadamente cem moradores de Coari, interior do Amazonas, está em Manaus para cobrar celeridade no julgamento de processos envolvendo o município. O ato chegou a afetar o trânsito no centro da capital na manhã desta segunda-feira (13). O grupo também se concentrou em frente à sede do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-AM).

Manifestantes utilizaram correntes para protestar contra a corrupção. Uma ação judical suspendeu a posse do segundo colocado nas eleições de 2012. Adail Pinheiro, preso por suspeita de pedofilia, teve o mandato cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Os moradores deixaram Coari na manhã de domingo (12). Eles desembarcaram por volta das 5h desta segunda no Porto de Manaus, de onde seguiram para a Praça do Congresso. Eles afirmaram que montaram um mutirão de apoio ao movimento. No local, eles paralisaram a passagem de veículos por cerca de cinco minutos, cantaram o Hino Nacional e utilizaram carro de som e faixas para chamar atenção de populares. “Queremos que prevaleça a decisão do TSE, que deu posse ao segundo colocado. Como um município de 93 mil habitantes pode ficar nas mãos de uma decisão de um único juiz? Coari está revoltada com tanta corrupção. A situação é critica” afirmam.

Estamos com o funcionalismo com salários atrasados, professores têm salários atrasados. Na Zona Rural, os alunos ainda não tiveram aulas nesse ano. Falta merenda escola e a justiça tem sido a grande culpada disso por não julgar e punir os responsáveis”, disse Aldir Martins, de 47 anos. O bancário Raione Queiroz, de 24 anos, afirmou que a justiça do Amazonas é lenta, principalmente em processos relacionados à cidade de Coari. “Não aguentamos mais tantos adiamentos e pedidos de vistas”, declarou.

Por volta das 10h, o grupo seguiu para a sede do TRE-AM. No local, manifestantes estavam acorrentados em forma de protesto. A intenção, segundo eles, era demonstrar o “quanto a cidade de Coari está acorrentada à corrpução”. Participaram do ato professores, mototaxistas, garis, vigias, índios, além de catraieiros e comerciantes de Coari.

Segundo a assessoria de comunicação do TRE-AM em Manaus, a determinação do TSE foi dada em relação à cassação de Adail Pinheiro, e não em relação à diplomação. A assessoria esclareceu ainda que existem processos que necessitam ser tramitados para que o caso seja concluído.

No dia 6 deste mês, o juiz eleitoral Afimar Cabo Verde pediu vistas. O julgamento pode voltar à pauta na tarde desta segunda. Ainda conforme o TRE-AM, juiz relator do caso, Delcio Santos, deu prazo de 30 dias para declarar seu voto ao pleno.

Instabilidade

Coari tem vivenciado instabilidade política desde o ano passado, quando o então prefeito Adail Pinheiro foi preso por suspeita de chefiar uma rede exploração sexual de crianças e adolescentes.

Ao todo, quatro pessoas assumiram o cargo de prefeito de Coari. O vice-prefeito Igson Monteiro (PMDB) assumiu a prefeitura após prisão de Adail em fevereiro de 2014, mas renunciou o mandato um ano depois.

O irmão de Igson, o vereador e na época presidente da Câmara Municipal de Coari, Iliseu Monteiro ficou no cargo interinamente até último dia 18. Na mesma data, a eleição da Mesa Diretora da Câmara foi realizada. Desde então, o vereador Iranilson Medeiros (DEM) eleito para presidência da Casa é o prefeito em exercício de Coari.

Diplomação

No dia 24 março, o TRE-AM havia informado que o segundo colocado das eleições de 2012, Raimundo Magalhães (PRB), assumiria o cargo de prefeito de Coari. A decisão ocorreu após o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) publicar no Diário Eletrônico da Justiça, na edição do dia 19 deste mês, o acórdão do julgamento sobre a cassação do mandato do prefeito afastado de Coari, Adail Pinheiro.

A diplomação de Raimundo Magalhães como prefeito do município foi suspensa após uma liminar concedida pelo juiz eleitoral Delcio Santos, deferida no dia 24 de março. A Justiça Eleitoral do Amazonas (TRE-AM) havia anunciado a posse de Magalhães, após a publicação de acórdão com a cassação de Adail Pinheiro.

Amazonianarede-TVAM

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