
Amazonianarede – iG
Rio – O clima é de tensão em frente ao antigo Museu do Índio, na Maracanã, Zona Norte do Rio, na manhã desta sexta-feira. Homens do Batalhão de Choque da Polícia Militar (BPChq) cercam o local e há o risco de uma invasão a qualquer momento.
O imóvel está ocupado por índios de várias etnias, mas o governo quer contruir um museu olímpico no local. O prazo para que os índios deixassem o imóvel, determinado pela justiça federal, terminou à meia-noite desta quinta-feira.
Por volta de 7h40, cerca de sete índios deixaram o prédio espontâneamente por uma escada no muro. O portão continua trancado por barricadas. Os índios saíram carregados mochilas e pequenas malas. Os demais dos ocupantes continuam dentro do imóvel e se recusam a sair.
Durante a madrugada, manifestantes simpatizantes com a causa indígena chegaram a bloquear a pista da Radial Oeste e a polícia reagiu com bombas de efeito moral e gás de pimenta. Duas pessoas foram presas. Mesmo com a liberação da via, o trânsito apresenta retenções ao longo da Radial Oeste, sentido Centro, porque carros do Batalhão de Choque ocupam duas faixas da via na altura do casarão do antigo museu. O trânsito também é lento no sentido Zona Norte.
Índios recebem proposta
Indígenas que vivem na Aldeia Maracanã se reuniram com representantes da Secretaria de Assistência Social e Direitos Humanos nesta quinta-feira. Eles apresentaram novas propostas ao grupo.
A Secretaria ofereceu três locais para que os índios fiquem até que seja construído o Centro de Referência da Cultura Indígena, na Quinta da Boa Vista. Os locais ficam em Jcarepaguá, na Zona Oeste, ou em Bonsucesso e perto do Morro da Mangueira, na Zona Norte. Os índios se queixam de que o governo não deu garantias da construção do Centro na Quinta da Boa Vista e por isso não querem deixar o antigo museu, no Maracanã.