Santiago – É verdade que um Chile que penava para finalizar achou seu gol apenas após a expulsão de Cavani, num lance em que a provocação de Jara passou impune, pareceu não ter sido vista. Mas o caso é que abriu as quartas de final da Copa América um duelo entre um time que leva às últimas consequências o compromisso de ser protagonista dos seus jogos — cria, pressiona, elabora jogadas, ataca.
Este é o Chile — e outro, o Uruguai, que vive seu caso de amor com o conservadorismo, a força, a aposta num chute longo que lhe renda um lance de gol. Venceu o Chile, 1 a 0, que voltou à semifinal da Copa América após 16 anos.
Santiago viveu outra noite de festa e de sonho. O lotado Estádio Nacional reflete a alma de um país que faz da Copa América a sua Copa do Mundo. Um país que enxergou a oportunidade, desfruta de sua boa geração e decidiu que chegou a hora de, enfim, vencer. E com um futebol vistoso, agradável.
Cada time jogava futebol do seu jeito. O Chile fazia questão de ter a iniciativa. O que o Uruguai busca ao se defender obstinadamente não é um contra-ataque. É menos elaborado. É que uma bola longa lançada rumo à área rival resulte em duelo ganho pelo alto ou em um rebote que vire finalização. Uma delas caiu nos pés de Carlos Sánchez, seu melhor jogador. O chute foi perigoso. O Uruguai pode mais. Mas parece convicto de que só pode jogar futebol assim.
CAVANI EXPULSO NO SEGUNDO TEMPO
O Chile é o time da pressão no campo rival e da intensidade. Quando a equipe tem a bola, o volante Marcelo Diaz se junta aos zagueiros. Os demais sete jogadores se ocupam de invadir o campo adversário. Eram 25 minutos. Com os 11 além da linha divisória, o Chile fez a bola sair da esquerda e chegar à direita na inversão de Alexis Sánchez a Isla. A jogada volta ao meio, conta com corta-luz de Valdívia e chute de Aranguiz para Muslera pegar.
Se pudesse, o Chile passaria 90 minutos no campo uruguaio. Por vezes era sufocante. Trocava-se passes, havia tramas. Mas faltava o arremate. O jogo era incompleto. O Uruguai oferecia um muro como resposta. Marcava bem Vidal e Sanchez, em especial. E o Chile se via sem soluções para ser contundente. Aos 32, Valdívia achou espaço e Sanchez, em diagonal, assustou. Era pouco para quem acabaria o jogo com incríveis 80% de posse de bola.
Amazonianarde-O Globo