Amazonas – A enchente das calhas dos rios que cortam o Amazonas pode gerar o desabastecimento de algumas frutas e hortaliças no mercado local. Nos primeiros meses do ano, já foram 5.954 toneladas de bananas perdidas, de acordo com os dados divulgados pelo Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Estado do Amazonas (Idam). Os prejuízos perdas na produção ultrapassam R$ 28 milhões, conforme o órgão.
De acordo com a Federação da Agricultura e Pecuária do Amazonas (Faea), as perdas podem gerar aumento de presos de alguns produtos.
Em 21 municípios, dos 32 que decretaram situação de emergência, o prejuízo na produção já chega a R$ 28.324.949,40, segundo levantamento do Idam. Iranduba e Manacapuru estão entre os mais afetados.
Além da banana, outras frutas e hortaliças contribuíram com as perdas mais representativas da produção agrícola do Amazonas.
Foram 1.680 toneladas de couve que ficaram embaixo da água o que gerou o prejuízo de R$ 6.720.000,00. As plantações de cebolinha também sofreram com a cheia. Foram 328,8 toneladas de cebolinha perdidas e o prejuízo de R$ 4.932.675,00.
A “queridinha” da mesa do amazonense, a farinha de mandioca também sofreu queda da produção por conta da enchente. Foram 561,8 toneladas rio abaixo, com prejuízo de R$ 2.247.200,00 milhões.
Os agricultores também registraram perdas de 894,6 toneladas no cultivo de abóbora, que representa um valor de R$ 1.341.825,00 milhões que deixarão de circular na economia. Somam-se em R$ 2.380.000,00 milhões os prejuízos com as 1.190,0 toneladas de maracujá perdidas.
O Instituto divulgou também que já foram 14,7 toneladas de hortaliças perdidas que representa o prejuízo de R$ 1.068.219,40.
Lavoura debaixo d’água
Em Anamã, município localizado a 165 km de Manaus, apenas duas das mais de 20 comunidades rurais ainda não tiveram as lavouras cobertas pela água.
“Hoje praticamente 99,9% da produção foi perdida. Somente as comunidades de Uarixi e Mato Grosso ainda não foram inundadas completamente. Delas, cerca de 30% das plantações já foram afetadas. A sede do município esta 100% inundada e as demais comunidades”, disse o chefe da comunicação do município Marcos Oliveira.
O município produz milho, macaxeira, banana prata e pacovã (da terra), pimentão, cheiro verde, mamão, abacaxi e maracujá. “Produzimos todos esses produtos básicos da região. Está tudo inundado e estamos com o abastecimento prejudicado”, disse Oliveira.
São mais de 3 mil famílias afetadas no município. O local conta com o socorro dado pela defesa Civil do Estado e aguarda uma verba federal. “Estamos com problema de abastecimento de água. A Defesa Civil esta mandando dois mil garrafões de água pra gente e cesta básica”, completou.
Subida dos preços
Produções agrícolas em municípios às margens dos rios Solimões, Purus, Juruá, Madeira e Amazonas foram atingidas, de acordo com o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Amazonas (Faea), Muni Lourenço.
Ele apontou que os setores de fruticultura e das hortaliças são os mais prejudicados. “Como frutas e hortaliças são cultivadas em área de várzea, o que pode haver uma redução de oferta de algumas frutas e hortaliças no mercado”, disse o presidente.
Entre as produções mais afetadas, Muni citou as plantações de banana, mamão, maracujá e melancia. A redução de oferta do produtor local deve estimular a importação de alimentos de outros estados da região Norte. “Isto poderá gerar um pequeno aumento nos preços, mas ainda não estimamos em quanto pode ficar”, afirmou Muni Lourenço.
Situação de Emergência
De acordo com levantamento feito pela Defesa Civil do Estado já são 32 municípios que decretaram situação de emergência devido à subida dos rios no Amazonas. Até agora 57.826 mil famílias foram atingidas pela enchente.
Os municípios de Parintins e Manaquiri são os novos municípios a compor a lista das cidades em situação de emergência por conta da cheia. Em Manaquiri a subida da calha do rio Solimões começou a causar transtorno para a vida dos moradores. Já em Parintins foi a calha do Baixo Amazonas que apresentou subida nos últimos dias.
Cidades em situação de emergência
1- GUAJARÁ (calha do Juruá)
2- IPIXUNA (calha do Juruá)
3- EIRUNEPÉ (calha do Juruá)
4- ITAMARATI (calha do Juruá)
5- CARAUARI (calha do Juruá)
6- JURUÁ (calha do Juruá)
7- CANUTAMA (Purus)
8- BENJAMIN CONSTANT (alto solimões)
9- ATALAIA DO NORTE (alto solimões)
10-TAPAUÁ (Purus)
11-TABATINGA (calha do Solimões)
12-TONANTINS (calha do Solimões)
- SANTO ANTÔNIO DO IÇA (calha do Solimões)
- AMATURÁ (calha do Solimões)
- ANAMÃ (calha do Solimões)
- ANORI (calha do Solimões)
- COARI (calha do Solimões)
- IRANDUBA ( calha do Solimões)
- MANACAPURU (calha do Solimões)
- CAAPIRANGA (calha do Solimões)
- ITACOATIARA (calha do médio Amazonas)
- TEFÉ (calha do Médio Solimões)
- SÃO PAULO DE OLIVENÇA (calha do Solimões)
24- ALVARÃES (calha do Médio Solimões)
25- BOA VISTA DO RAMOS (calha do Baixo Amazonas)
26- BERURI (calha do Purus)
27- CAREIRO DA VÁRZEA (calha do Amazonas)
28-MARAÃ (calha do Solimões)
29-URUCURITUBA (calha do Médio Amazonas)
30- CAREIRO CASTANHO (calha do Solimões)
31- MANAQUIRI (calha do Solimões)
32-PARINTINS (calha do Baixo Amazonas)
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