Operação Echosteep atingiu quadrilha especializada em produtos da Apple, devido à alta lucratividade no exterior
China – Uma operação da Polícia Metropolitana de Londres desmantelou uma rede criminosa internacional suspeita de contrabandear até 40 mil celulares roubados do Reino Unido para a China. O grupo, que tinha como alvo principal os produtos da Apple, é apontado como responsável por quase metade dos aparelhos furtados na capital britânica. A investigação começou em dezembro do ano passado, depois que uma vítima rastreou seu iPhone roubado até um depósito próximo ao Aeroporto de Heathrow. Dentro de uma caixa destinada a Hong Kong, policiais encontraram quase mil aparelhos, a maioria identificada como produto de roubo.
O achado deu origem à Operação Echosteep, descrita pela Polícia Metropolitana como a maior repressão a roubos de telefones já realizada no país. A partir dali, os investigadores rastrearam remessas suspeitas e usaram perícia nos pacotes para identificar dois homens afegãos, ambos na faixa dos 30 anos – posteriormente presos em 23 de setembro sob suspeita de tráfico de mercadorias roubadas.
No carro dos suspeitos, havia dezenas de celulares embrulhados em papel-alumínio, uma tentativa de impedir o rastreamento eletrônico. Em endereços ligados aos afegãos, os agentes encontraram outros dois mil aparelhos.
Outros 43 suspeitos foram presos nas semanas seguintes, incluindo mulheres e estrangeiros de países como a Bulgária e Índia. As detenções ocorreram durante uma série de operações simultâneas em Londres e Hertfordshire, que também levaram à apreensão de 40 mil libras (cerca de R$ 286 mil) em dinheiro vivo em uma loja de telefones no norte da cidade. Entre os detidos, um homem que viajou mais de 200 vezes entre Londres e a Argélia em dois anos foi acusado de receptação de bens roubados após ser flagrado com dez celulares, dois iPads, dois laptops e dois relógios Rolex no Aeroporto de Heathrow.
O inspetor-detetive Mark Gavin, que lidera a Operação Echosteep, afirmou que o grupo se especializou em produtos da Apple devido à alta lucratividade no exterior. Segundo ele, “ladrões de rua estavam recebendo até 300 libras (cerca R$ 2.100) por aparelho, e há evidências de que os dispositivos eram vendidos por até US$ 5 mil (cerca R$ 27 mil) na China”. Gavin explicou que a descoberta da primeira remessa foi “o ponto de partida para uma investigação que revelou uma quadrilha de contrabando internacional responsável por exportar milhares de celulares roubados todos os anos”.
No carro dos suspeitos havia dezenas de celulares embrulhados em papel-alumínioMetropolitan Police
O comandante Andrew Featherstone, chefe da unidade de combate a roubos da Polícia Metropolitana, classificou a ação como “a maior repressão ao furto e roubo de celulares no Reino Unido”. Ele afirmou que a força “desmantelou redes criminosas em todos os níveis, desde ladrões de rua até grupos internacionais de contrabando”. Featherstone cobrou mais cooperação das empresas de tecnologia, afirmando que “fabricantes como Apple e Samsung precisam fazer mais para proteger seus clientes e impedir que aparelhos roubados sejam reutilizados”.
O prefeito de Londres, Sadiq Khan, disse que é “simplesmente muito fácil e lucrativo” para os criminosos ganhar milhões revendendo telefones roubados e defendeu uma “ação global coordenada” para tornar os aparelhos inutilizáveis. “Continuarei a cobrar da indústria da telefonia móvel uma resposta mais rápida e eficaz para acabar com esse comércio e construir uma Londres mais segura para todos”, afirmou.
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Do R7 Portal d24am
