Brasília – Na tentativa de atrair o apoio de empresários e investidores, os três principais postulantes à Presidência da República começam a indicar os possíveis auxiliares para combater a inflação e retomar o crescimento econômico do país. Meta é construir credibilidade.
Com a inflação em disparada, o crescimento fraco e uma onda de desconfiança tomando conta de consumidores e empresários, é cada vez maior o agito nos mercados financeiros para tentar decifrar o que o próximo governo fará a partir de 2015 para pôr ordem na economia. Ciente da má vontade dos investidores com a presidente Dilma Rousseff, que tentará a reeleição, o partido dela, o PT, indicou que o atual presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, será o ministro da Fazenda em um eventual segundo mandato da petista. Sinalizou ainda que, em caso de piora das condições econômicas do país, Tombini substituirá Guido Mantega no ministério neste ano, deixando o BC nas mãos do atual diretor de Assuntos Internacionais, Luiz Awazu Pereira.
A estratégia do PT é reverter o pessimismo que pode levar Dilma à derrota. O temor do partido é de que se consolide entre os eleitores o discurso dos mercados de que o atual governo não está fazendo nada para controlar a inflação. A carestia vem sendo apontada, nas pesquisas de intenção de votos, como o principal motivo da queda de popularidade da presidente da República, que atingiu níveis preocupantes para quem deseja permanecer mais quatro anos no Palácio do Planalto. Para os integrantes da campanha à reeleição, Tombini tem uma imagem melhor que a de Mantega para difundir o discurso, como chefe da equipe econômica, de que o custo de vida vai diminuir.
O movimento petista é um contraponto às ações desencadeadas pelos dois principais postulantes da oposição, Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB), que vêm batendo pesado no governo e, sobretudo, defendendo temas que os investidores apoiam de forma veemente: maior controle dos gastos públicos e independência do BC para enfrentar a inflação. No Palácio do Planalto, inclusive, admite-se que os candidatos oposicionistas estão se cercando de economistas que têm grande aceitação nos mercados, o que contribui para ampliar as críticas contra a gestão atual da política econômica.
“Infelizmente, quando se compara o nível da equipe econômica de Dilma com as que estão ao lado de Aécio e Campos, é visível que estamos em desvantagem”, avaliou um senador petista. “Mas ainda dá tempo para revertermos a situação. Basta que o governo adote um discurso mais consistente de que está fazendo tudo para derrubar a inflação e retomar o crescimento econômico”, acrescentou.
Fonte: Correio Web