Manaus – Os 60 anos de fundação do Clube da Madrugada foi celebrado, nesta quarta-feira (26), na Câmara Municipal de Manaus (CMM), com uma homenagem, proposta pelo vereador Walfran Torres (PTC), ao movimento literário e cultural amazonense.
Durante a homenagem, os vereadores Mário Frota e Plínio Valério (PSDB), e Elias Emanuel (PSB), destacaram a importância do Clube da Madrugada, na produção literária do Amazonas, bem como a influência em novos escritores.
“Assim como a Semana de 22, o Clube da Madrugada trouxe novos ventos à cultura do Amazonas, revigorando a produção literária”, pontuou Elias.
Em seu discurso na tribuna, Walfran Torres chamou a atenção para o fato de que o movimento constituiu um marco no Modernismo no Amazonas, e que a produção de seus integrantes não se limitava apenas às belezas naturais do Estado, mas também a crítica social às mazelas verificadas em Manaus e nos demais municípios amazonenses.
Representando a Academia Amazonense de Letras (AAL), o escritor José Maria Pinto, recebeu as placas em homenagens aos integrantes do clube Astrid Cabral e Jorge Tufic. Também destacados na solenidade, os escritores Elson Farias e Saul Benchimol foram representados pelo professor da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Carlos Gedelha.
Esperança
“Esta homenagem na Câmara Municipal de Manaus é um momento muito especial, no qual a cidade reconhece a existência do Clube da Madrugada. O clube nunca se acaba, sempre estará vivo, pois onde houve três integrantes co clube reunido, lá ele estará”, declarou o poeta e escritor Max Carphentier, ao agradecer a homenagem.
Indagado a respeito da falta de interesse dos jovens pela leitura, frente ao avanço das redes sociais, Carphentier se disse um esperançoso em relação a redescoberta da literatura, por novos leitores. “Não me desiludo porque a evolução é sagrada. Acredito que ocorrerá uma adaptação, assim como deixamos para trás os hieróglifos, por exemplo, haverá uma renovação e sempre para melhor”, salientou.
O Clube
O Clube da Madrugada foi criado em 22 de novembro de 1954, na praça da Polícia (Heliodoro Balbi), no Centro. Entre os fundadores estavam Celso Melo, Farias de Carvalho, Fernando Colyer, Francisca Ferreria Batista, Humberto Paiva, João Bosco Araújo, José Pereira Trindade, Luiz Bacellar; Saul Benchimol e Teodoro Botinelly, todos com o interesse comum sobre novos rumos para a literatura local. Conforme os críticos literários locais, o movimento também era uma espécie de voz aos jovens escritores, que não tinham expressão junto à Academia Amazonense de Letras.
A árvore, sob a qual o grupo se reunia — um pé de mulateiro —, foi tombada pelo patrimônio histórico. Nela há uma placa que descreve a importância do movimento para o Amazonas.
Fonte: CMM