
Brasilia – O Congresso instalou, nesta quinta-feira (6), mais três CPIs, aumentando a temperatura política em Brasília. Na Câmara, os deputados aprovaram as contas do ex-presidente Itamar Franco, que governou o Brasil de 1992 a 1994.
Uma vez votadas as contas dos ex-presidentes, fica aberto o caminho para que o Plenário vote também as contas da presidente Dilma Rousseff, analisars e houve algum tipo de manobra para melhorar o desempenho do governo no ano passado.
Hoje de manhã foram instaladas três novas Comissões Parlamentares de Inquérito aqui na Câmara: uma para investigar os crimes cibernéticos, outra os maus tratos contra os animais e uma terceira os empréstimos do BNDES. E o PT ficou de fora dos principais cargos de comando das comissões.
Quando os deputados chegaram para instalar a CPI do BNDES, tudo já estava acertado. Em uma manobra costurada no início da semana, deputados da oposição e até da base governista se juntaram para deixar o PT de fora do controle das investigações.
Não deu outra e o deputado Marcos Rota, do PMDB do Amazonas, foi eleito presidente com 22 votos. Nenhum contra, nem mesmo do PT. O relator é José Rocha, do PR da Bahia. Coube ao PT apenas a segunda vice-presidência da Comissão, ocupada por Carlos Zarattini, de São Paulo.
O PT evitou falar em isolamento e traição. “Não se trata de traição, se trata de que nós temos a serenidade de que essa CPI muito rapidamente chegará a resultados que hoje já são públicos, de que não só foram lícitos, como oportunos e necessários para o Brasil os procedimentos conduzidos à frente do BNDES”, diz o deputado Afonso Florence, do PT-BA.
O presidente da CPI, deputado Marcos Rotta, do PMDB-AM, disse que é legitimo o PMDB ficar com o principal cargo: “O PT precisa entender e ter o seu compromisso com o país. Se ele perdeu um pouco do espaço que tinha, se ele perdeu a grandiosidade que tinha, ele precisa trabalhar pra reverter isso”.
A CPI vai investigar os empréstimos feitos pelo banco entre 2003 e 2015, que teriam provocado prejuízo ao interesse público.
Já na CPI dos crimes cibernéticos, a eleição do presidente foi adiada para a próxima semana, por causa de uma disputa entre o PT e o PPS. Os dois partidos querem ficar com a primeira vice-presidência da comissão.
Os líderes aliados reclamaram da relação com o Palácio do Planalto e dois partidos governistas anunciaram que vão votar de forma independente e o governo sofreu a terceira derrota seguida em votações nessa semana. A última foi a aprovação a proposta que vincula o aumento dos servidores da Advocacia Geral da União e dos delegados federais ao dos ministros do Supremo Tribunal Federal. Se for aprovada desse jeito, deve aumentar em R$ 2,5 bilhões por ano os gastos do governo.
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