Brasília – Diante dos protestos populares contra a proposta que previa tratamento para a homossexualidade, a chamada Cura Gay, da bancada evangélica, liderada pelo autor da iniciativa, deputado João Campos (PSDB-GO), recua e decide pela retirada do projeto.
Semana passada, presidente da Câmara, Henrique Alves (PMDB-RN), adiantou que iria “enterrar” a proposta; pastor e deputado Marco Feliciano, defensor da proposta, perde para as ruas, e reage no Twitter: “o PDC não foi ARQUIVADO mas RETIRADO, e pode voltar. E voltará na próxima legislatura quando teremos 1 número maior de deputados evangélicos”.
Autor do projeto que ficou conhecido como “cura gay” e presidente da Frente Parlamentar Evangélica, o deputado João Campos (PSDB-GO) decidiu pela retirada do projeto de lei da Câmara. A decisão foi tomada em reunião da bancada evangélica e uma semana depois de o presidente da Câmara, Henrique Alves (PMDB-RN) ter prometido a manifestantes”enterrar” o projeto.
O projeto havia sido aprovado na Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara, presidida por Marco Feliciano (PSC-SP), e estava para ser apreciado na Comissão de Constituição de Justiça, onde tinha poucas chances de sobrevida, pois estaria interferindo sobre o Conselho Federal de Psicologia, que não está sob o alcance do Congresso.
Diante da rejeição popular ao projeto, contudo, o presidente da Câmara decidiu apreciar o texto em plenário, para “enterrar” a proposta publicamente, mostrando à sociedade que a maioria da Casa é contra a medida. Prevendo a derrota e o desgaste, a bancada evangélica decidiu recuar.
A deputada Manuela D’Ávila (PCdoB-RS) celebrou a decisão pelo Twitter. “O dep João Campos, autor do PDC 234 (o chamado “cura gay) me confirmou agora que pediu arquivamento do projeto”, tuitou. “Ou seja, no momento NÃO EXISTE MAIS PROJETO DE CURA GAY TRAMITANDO NA CÂMARA DOS DEPUTADOS”, escreveu a deputada em seguida.
Feliciano reage
Após o anúncio da decisão, o deputado Marco Feliciano reagiu com uma série de tuítes. “Parabéns a decisão tomada pelo @depjoaocampos em retirar o PDC 234 de tramitação.O PSDB seu partido inviabilizou quando notificou ser contra”, escreveu, acrescentando: “Entendeu ele que os ativistas, a midia e alguns partidos invisíveis usariam o PDC 234 para tirar o foco das manifestações verdadeiras”.
Feliciano destacou que o projeto não foi arquivado e disse que a proposta voltará a ser apresentada: “o PDC não foi ARQUIVADO mas RETIRADO, e pode voltar.E voltará na próxima legislatura quando teremos um número maior de deputados evangélicos”. “Essa perseguição de parte da midia e dos ativistas nos FORTALECEU e Nosso povo acordou. Nos aguarde em 2015! Viremos com força dobrada”, prometeu.
“Queriam fazer um circo aqui no plenário, o PSOL e ativistas estão tristonhos agora. Não haverá festa! Rsss”, debochou o presidente da Comissão de Direitos Humanos. “Não seremos usados para desviar a atenção das precárias situações do país! Sempre soubemos que perderíamos nas comissões por sermos poucos. Mas em 2015 aguarde a Frente Evangélica! Seremos muitos! E agora sabemos quem é quem! Parabéns a todos! Marcamos posição!”, celebrou.
(Brasil 247)