
O buraco foi fechado um dia depois da morte da biomédica Giovana Ribeiro que estava grávida de sete meses
Manaus – O trecho da avenida Djalma Batista onde Geovana Ribeiro da Silva, de 29 anos, grávida de sete meses, morreu após cair em um buraco que só foi incluído no cronograma de manutenção da Prefeitura de Manaus há cerca de duas semanas. A informação consta em nota oficial divulgada pela gestão municipal, por meio da Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seminf), nesta segunda-feira (24), um dia após a tragédia. O buraco foi tapado apenas na manhã seguinte ao acidente fatal.
Além de reconhecer a demora na manutenção da via, a prefeitura ainda usou o comunicado para afirmar que “a segurança no trânsito é um esforço conjunto, que depende do compromisso e atenção de todos os condutores”.
A frase foi interpretada por muitos como uma tentativa de dividir a culpa com o motorista da moto que era o marido da vítima que estava com Geovana no momento do acidente.
O texto ainda cita o “período chuvoso mais rigoroso dos últimos anos”. No entanto, segundo a própria gestão, o verão começou no fim de maio, e desde então foi iniciado o programa Mutirão nos Bairros.
“Em relação às condições viárias, a cidade enfrenta, há meses, as consequências de um dos períodos chuvosos mais rigorosos dos últimos anos. Desde o fim do mês de maio, com a chegada do verão, a prefeitura intensificou o trabalho de recuperação viária”, diz a nota.
Foram listadas ações em bairros como Alvorada, Tancredo Neves, Mutirão e Colônia Antônio Aleixo, mas sem explicar por que a Djalma Batista, uma das principais avenidas da capital, só recebeu atenção recentemente, mesmo sendo uma via de tráfego intenso e com histórico de reclamações.
“Há cerca de duas semanas, a própria avenida Djalma Batista entrou no cronograma de manutenção, incluindo o trecho do acidente. O buraco em questão surgiu neste período e foi corrigido na manhã desta segunda-feira (23)”, falou a nota.
O caso elevou a pressão sobre o prefeito David Almeida (Avante), e reforça os pedidos na Assembleia Legislativa (ALE) pela instalação de uma CPI do Asfalto para investigar possíveis negligências da Prefeitura diante da infraestrutura viária da cidade.
Durante sessão na Assembleia Legislativa do Amazonas (ALE), nesta segunda-feira (23), o deputado estadual Daniel Almeida (Avante), irmão do prefeito de Manaus, David Almeida (Avante), minimizou a gravidade do buraco que causou o acidente fatal.
“A gente lamenta a morte de uma mãe grávida de 8 meses. Isso é muito triste. Me solidarizo com a família, mas também gostaria de me solidarizar com as milhares de famílias que estão morrendo no hospital e não vejo o presidente da Casa se manifestar. Estão querendo fazer um alarde. Claro que precisamos nos solidarizar com a vida, mas a prefeitura que mais asfaltou em todos os tempos foi a do prefeito David Almeida. O tapa-buraco é com verbas da prefeitura, recursos próprios. O governo não investiu. […] Nunca vi a cidade de Manaus tão asfaltada como hoje. Infelizmente foi um acidente que aconteceu, nós lamentamos as vítimas”, afirmou Daniel.
amazonianarede
Da Redação Portal d24am