Brasileiro tem padrão suíço na hora de comprar tênis, aponta pesquisa

Amazonianarede – iG

São Paulo – Perto da Copa de 2014 e das Olimpíadas do Rio, as vendas de calçados esportivos já mostram aquecimento e o consumidor abre o bolso. De acordo com pesquisa da GfK, mesmo com renda anual per capita pouco acima de US$ 11 mil, o brasileiro gasta em média US$ 94 com tênis, padrão semelhante ao do suíço, que despende US$ 100, mas com uma renda cinco vezes maior.

Num setor que deve movimentar US$ 145 bilhões em 2015, o mercado nacional se aproxima do suíço também no segmento de luxo. A pesquisa revela que 10% dos consumidores brasileiros compram modelos acima de US$ 150, padrão próximo ao do país europeu, onde o índice é de 18%.

Esse comportamento não é visto, por exemplo, no Chile, país vizinho, nem na África do Sul, que entrou na pesquisa por ter sido palco da última Copa do Mundo, em 2010. “Existe uma oportunidade para nós se esse preço for mais acessível ao consumidor”, diz Cláudia Bindo, gerente de negócios da GfK.

Atrás do corredor

Com 730 provas de rua, que atraem 4,5 milhões de adeptos, o mercado brasileiro de tênis para corridas é dominado pelas marcas internacionais. Mesmo com impostos de 35% (limite do permitido pela Organização Mundial do Comércio) e de US$ 13,95 sobre pares chineses, as marcas internacionais são líderes na categoria de alto desempenho, com 85% das vendas, contra 15% das nacionais.

Executivos do setor negam que isso encareça o produto vendido no País. “Não tem razão para vender mais caro no Brasil, tendo em vista os eventos que a gente tem pela frente, como a Copa do Mundo e as Olimpíadas”, diz Giovani Becker, presidente da Asics Brasil.

Por conta da taxa extra sobre o calçado chinês, a marca decidiu pulverizar a produção pela Ásia entre Vietnã, Indonésia e Camboja, o que também ajuda a encarecer o produto final pelo frete mais alto. “Tênis com muita tecnologia chega a usar 90 peças, o que faz com que ele passe por muitas pessoas e que a produção fique mais cara”, explica Becker.

Para fidelizar clientes, as grandes marcas montam lojas itinerantes, que pinçam o corredor logo no momento da retirada do número de inscrição para uma prova. O resultado da estratégia é evidente: R$ 3 bilhões em negócios e 20% de crescimento ao ano.

África do Sul pós-Copa

O levantamento também mostra que houve uma mudança no mercado sul-africano desde a Copa do Mundo de 2010, o que pode mostrar uma tendência de aquecimento no Brasil. No país sul-africano, a venda de calçados esportivos apresenta contínuo crescimento, mesmo dois anos após o ano do Mundial.

Em 2010, foi percebida uma mudança pontual naquele país. As vendas, que em geral tiveram faixas de preço mais altas, se concentraram na primeira metade do ano. Calçados entre US$ 100 e US$ 150 dólares alcançaram 20% dos negócios, algo que não se repetiu.

“Isso significa que num ano de um evento forte como a Copa do Mundo as pessoas ficam mais envolvidas. No Brasil, devemos nos preparar para atender o consumidor esportista atingido por esse marketing todo, que quer consumir produtos de maior qualidade”, afirma a representante da GfK.

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