Brasília – Em 15 de junho de 2013, Neymar precisou de três minutos para marcar um gol no Japão em Brasília e iniciar a campanha do título na Copa das Confederações que fez Luiz Felipe Scolari considerar o hexacampeonato mundial uma obrigação neste ano. Às 17 horas (de Brasília) deste sábado, no mesmo Mané Garrincha, a Seleção Brasileira encara sua dura realidade: enfrenta a Holanda na disputa do terceiro lugar na Copa do Mundo.
Mais do que um prêmio de consolação, encerrar com vitória a participação como anfitrião do Mundial é uma necessidade para quem busca dignidade. Será o primeiro jogo da equipe que já era marcada por chorar demais e, na terça-feira, derramou lágrimas de desespero ao cair na semifinal perdendo por 7 a 1 da Alemanha no Mineirão.
Desde então, a mais vexatória derrota da história do futebol pentacampeão mundial é tratada apenas como resultado de uma “pane geral” de seis minutos, como definiu Felipão ao lembrar os quatro gols alemães entre os 23 e os 29 minutos do primeiro tempo. A verdade, porém, é que o time terá que enfrentar a própria frustração além da Holanda no reencontro com Brasília.
No ano passado, o ainda contestado time de Scolari contou com rápido gol de Neymar para vencer o Japão por 3 a 0, na estreia na Copa das Confederações. No Mundial, fez no Mané Garrincha uma rara atuação com momentos empolgantes ao bater o já eliminado Camarões por 4 a 1 na fase de grupos. Agora, ciente de que o hexa em casa não passou de um sonho, tenta mostrar rápido poder de recuperação.
“Na medida em que não jogarmos bem, não ganharmos o jogo e tivermos outra decepção, é claro que vai piorar tudo o que aconteceu. Sabemos que uma vitória neste sábado poderá mudar muito pouco a decepção, que não adianta, mas temos que trabalhar com objetivos”, declarou Felipão.
Como a meta que restou não é nada além de um frustrante terceiro lugar, o treinador pretende mexer no time. Da equipe que passou vergonha na semifinal, devem sair o trio mais contestado, composto por Fernandinho, Hulk e Fred, e Bernard e Dante, que retornam para o banco.
O capitão Thiago Silva, embora não tenha treinado nessa sexta-feira para fazer fortalecimento muscular, provavelmente volta à equipe após cumprir suspensão. Paulinho e Ramires também entrariam para formar com Luiz Gustavo o setor de marcação no meio-campo que faltou contra a Alemanha. Willian e Jô completariam a lista de novidades.
Ainda sem condições de jogo por ter fraturado a terceira vértebra da região lombar, Neymar, ao menos, deve acompanhar o jogo do banco. Em um triste fim de Copa para ele e para a Seleção. “Não conseguimos a final e jogaremos pelo terceiro lugar, um sonho bem menor. Mas, sempre a partir de uma queda, vamos dar o passo seguinte para melhorarmos, nos motivarmos e buscarmos forças para ganhar no sábado”, tentou animar Scolari.
Do outro lado, a busca por motivação fez Louis Van Gaal mudar seu discurso. Minutos após ser eliminado pela Argentina nos pênaltis, o técnico chamou a disputa do terceiro lugar de jogo desnecessário. Porém, na véspera de sua última partida na Copa, avisou que sua intenção é sair do Brasil invicto.
Após tropeçar na Argentina, a Holanda chegou a ver Van Gaal tratar a disputa do 3º como “desnecessária”
“O sonho acabou e não vai voltar. Meus jogadores queriam ser campeões. Tudo é decepcionante, mas ainda há coisas a fazer aqui. Podemos voltar para casa sem ter perdido uma partida nesta Copa, e quero sair da Copa sem perder nenhum jogo. Espero ganhar do Brasil e ficar em terceiro lugar porque, desta forma, estaríamos escrevendo a história do futebol holandês”, discursou o treinador.
Diferentemente de Scolari, o holandês não deu nenhuma pista do time que colocará em campo. Assim, o torcedor brasileiro que sonhou com o hexa não tem certeza nem se terá a chance de ver, pela última vez, o time laranja que estreou goleando a ainda atual campeã Espanha por 5 a 1.
FICHA TÉCNICA
BRASIL X HOLANDA
Local: Mané Garrincha, em Brasília (DF)
Data: 12 de julho de 2014, sábado
Horário: 17 horas (de Brasília)
Árbitro: Djamel Haimoudi (Argélia)
Assistentes: Redouane Achik (Marrocos) e Abdelhak Etchiali (Argélia)
BRASIL: Júlio César; Maicon, Thiago Silva, David Luiz e Marcelo; Luiz Gustavo, Paulinho e Ramires; Oscar e Willian; Jô (Fred)
Técnico: Luiz Felipe Scolari
HOLANDA: Cillessen; Vlaar, De Vrij e Martins Indi; Janmaat, De Guzmán, Wijnaldum, Sneijder e Blind; Robben e Van Persie
Técnico: Louis Van Gaal
Fonte: Gazeta Press