Boa Vista é uma das capitais que mais registra crescimento

O coordenador de Projetos do Sebrae-RR, Aldrin Lopes, afirmou que o crescimento do comércio acompanha o da cidade e que este fator acaba sendo automático. “Em função do rápido crescimento de Boa Vista, é natural que o comércio também o acompanhe.

E isso gera grandes oportunidades de negócios. Outro fator importante é o de termos em Roraima pessoas de todos os cantos do Brasil e muitas delas com conhecimentos de mercado e empreendedoras”, destacou.

Em Boa Vista existem 12 blocos comerciais. Os principais deles encontram-se no Centro e na zona Oeste, nas avenidas Mário Homem de Melo, Ataíde Teive e Sólon Rodrigues Pessoa. Atualmente, na zona leste, a Ville Roy que está se tornando a avenida das marcas nacionais, conhecidas como franquias.

Blocos comerciais são onde se instalam o maior número de empresas e comércios dos mais variados segmentos. “Com o aparecimento de novos bairros, novas oportunidades de negócio também surgirão. Isso só tende a crescer”, frisou Lopes.

Números – De 2008 até julho de 2013, foram instaladas em Roraima 8.637 novas empresas. De acordo com os números, o incremento empreendedor no Estado cresce a cada ano: em 2008 foram criadas apenas 798 empresas e, com os novos incentivos fiscais e com a desburocratização de documentos, de 2009 a 2012, foram criadas mais 6.371 empresas. Os dados de 2013 também apontam para o crescimento com a criação de mais 1.468 empresas em apenas seis meses.

“Iniciar uma nova empresa em qualquer lugar do Brasil é muito difícil, pois a burocracia e os altos impostos são os maiores empecilhos. Sou um iniciante empreendedor e, mesmo no começo da minha empresa, já senti muita dificuldade na hora de solicitar vistorias, documentações. Este serviço, que é oferecido pelas prefeituras e governos, é muito lento. Fora isso, os altos impostos que são cobrados de um empreendedor iniciante desanima qualquer cidadão de bem que queria ter um negócio próprio”, afirmou o empresário Vinício Silva.

Taxa Demográfica

Ao longo dos seus 123 anos, Boa Vista vem se desenvolvendo em vários aspectos, dentre eles o crescimento demográfico. Segundo informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), após um longo período de aumento desordenado, com índices que beiravam os 10% nos anos de 1991, agora cresce dentro da normalidade, com taxa de 3,5% ao ano.

Essa taxa de crescimento demográfico coloca a capital roraimense entre os municípios que mais aumentam sua população no Brasil. É o segundo no ranking do país. Recenseada em 2011, os dados apontavam que a cidade possuía 284.313 habitantes, cerca de 60% da população total de Roraima. No entanto, estima-se que atualmente mais de 300 mil pessoas vivam aqui.

A densidade populacional gira em torno de 0.499 hab/km². Boa Vista detém ainda o maior índice de desenvolvimento humano de todo o Estado, mantido em 0,779. Para o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento Humano, o dado é considerado dentro da média esperada.

Segundo o chefe do IBGE em Roraima, Vicente de Paulo Joaquim, a tendência da cidade é crescer e modernizar-se. “Nossa taxa de crescimento tem-se estabilizado. Mas a tendência é sempre a modernização e o crescimento. Até 2010, a cidade tinha 30 bairros, hoje já contamos com 55 distritos. Isso é expansão. A gente também vem acompanhando a evolução pelas ferramentas de comunicação. As relações interpessoais têm adquirido um novo perfil no Estado”, disse.

Ainda sobre o crescimento populacional, Vicente de Paulo destacou que antes os níveis elevados de migração faziam com que a população aumentasse de maneira descontrolada. “Milhares de famílias migravam para Roraima e se instalavam em Boa Vista em busca de oportunidades, de empregos fáceis. Normalmente em momentos políticos. Hoje essa realidade não é mais tão comum. Agora, a migração ainda ocorre, mas de forma mais ordenada. O atrativo mudou”, destacou.

Segundo ele, o crescimento de Boa Vista acontece dentro do esperado. “O que observamos é que o processo de urbanização é bem rápido. A cidade cresce bastante principalmente no sentido dos bairros mais afastados [zona Oeste]. Muito por interesse político, que proporciona uma assistência mais rápida aos habitantes dessas áreas para ter um retorno maior quando for conveniente. A cidade expandiu muito para a zona Oeste”, disse.

O chefe do IBGE afirma ainda que a qualidade de vida de Boa Vista seja superior a de muitas das capitais do Brasil. Aqui existem pessoas que vivem em condições precárias, com moradias precárias, mas que mesmo assim as políticas públicas proporcionadas subsidiam as famílias menos favorecidas.

Mais Mulheres – A Capital de Roraima concentra o maior número de mulheres do Estado, sendo superior ao de homens com 50,5% do sexo feminino, contra 49,5% do sexo masculino. O chefe do IBGE, Vicente de Paulo Joaquim, frisou que a mulher vem participando mais ativamente da vida social, por isso se mantém predominante nas zonas urbanas, enquanto os homens se concentram nas zonas rurais.

“O maior número de mulheres em Boa Vista é referente às atividades executadas, pois elas estão se inserindo no mercado de trabalho com mais intensidade e buscando maiores níveis de qualificação, principalmente acadêmicas. Provavelmente, o analfabetismo funcional entre o sexo masculino seja maior, embora ainda possa ser percebida uma falta de desigualdade com relação à oportunidade”, destacou.

Boa Vista é ainda considerada uma cidade jovem. A média de idade fica estabelecida ente 23 e 24 anos de idade. “Muitos jovens vêm para a cidade para estudar ou prestar vestibular para as diversas unidades de ensino superior. A cidade tem essa característica”, disse Vicente de Paulo.

As populações têm predominância da cor parda, com 64,96% das pessoas. Brancos somam 27, 72%, pretos são 3,74% e amarelos 0,14%. A capital concentra o menor número de indígenas dentre todos os municípios de Roraima, com apenas 3,07% do total da população.

(Folha BV) 

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