Bebida à base de açaí abre as portas para nova alternativa econômica no Amazonas, diz governador Omar Aziz

(Foto: Alfredo Fernandes – Agecom)

O governador Omar Aziz afirmou nesta terça-feira (17) que o lançamento pela Coca-Cola de uma bebida à base de açaí com banana é um divisor de águas para a economia do Estado.

Segundo o governador, a chegada ao mercado nacional do Del Valle Reserva Açaí+Banana abre as portas para que o Amazonas rompa com o ciclo de dependência econômica exclusiva da Zona Franca de Manaus (ZFM). O novo produto foi lançado na manhã desta terça-feira, dia 17 de setembro, no Salão Rio Solimões do Centro Cultural Palácio Rio Negro e contou com a presença de celebridades, como as atrizes Christiane Torloni e Luiza Brunet.

“Estamos provando que é possível utilizar os produtos da floresta e transformar isso em valor agregado, gerando emprego e renda para as pessoas que vivem nela. Hoje colocamos em prática algo que era um sonho de todos nós: criar alternativas econômicas à Zona Franca no interior. Por isso, a minha emoção”, disse Omar Aziz, que participou do evento de lançamento, ao lado da presidente do Fundo de Promoção Social, a primeira-dama Nejmi Aziz.

A nova bebida foi lançada pela Coca-Cola em parceria com o Governo do Amazonas como parte de um projeto inovador para desenvolver a cadeia de valor do açaí produzido em comunidades extrativistas do Amazonas. Em conjunto com o novo produto, foi criado o projeto Coletivo Floresta, que vai trabalhar junto aos extratores do açaí em ações geradoras de renda, com foco no bem-estar social e cultural da comunidade, e na conservação da biodiversidade da floresta amazônica.

Durante o evento, um termo de cooperação para viabilizar o projeto foi assinado entre a Coca-Cola e o Governo do Estado, por meio do qual foram firmados dez princípios que vão reger o relacionamento com as comunidades extratoras. O termo foi endossado por 16 instituições empresariais e não-governamentais, entre as quais a agência de implementação da cooperação alemã para o desenvolvimento, a Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit (GIZ).

Omar Aziz lembrou que a ideia de lançar produtos à base de frutas regionais vem sendo costurada entre ele e a direção da Coca-Cola há quase dois anos. “Há muitos anos se fala que o açaí é um produto vendável no Brasil e no mundo. Hoje, nós colocamos em prática algo que era um sonho de todos nós. É possível criar novas alternativas econômicas. Por isso, classifico este momento como um divisor de águas. Tem mercado tanto nacional como internacional, para que tenhamos um novo modelo econômico no Estado”, enfatizou o governador, ao reconhecer que o lançamento do produto só foi possível porque tinha a chancela da gigante Coca-Cola. “Por mais que haja esforços pontuais dos nossos empresários, nós não teríamos a capilaridade para que o produto estivesse nas prateleiras brasileiras a partir do lançamento”.

Segundo o governador, foi necessário que o Governo do Estado criasse as condições necessárias para garantir a matéria-prima, entre elas a abertura e manutenção das estradas para que os produtos pudessem chegar ao local de pasteurização.

“Todos que vivemos no Amazonas sabemos que se o açaí não for industrializado em 24 horas, perde o valor nutritivo e o sabor. Em alguns locais tivemos que abrir novas estradas e urbanizá-las e levamos uma indústria de pasteurização. Hoje temos em torno de seis indústrias que pasteurizam açaí e outras duas estão sendo criadas”, contou.

A capacidade atual de produção das seis indústrias é de 2 mil toneladas por ano, das quais 300 toneladas têm compra garantida pela Coca-Cola. “Significa que temos um produto muito forte no mercado e outras empresas podem aderir à ideia”.

“É um produto diferenciado, que inaugura uma nova linha dentro do portfólio da Coca-Cola Brasil, uma parceria com o Governo do Estado do Amazonas que coloca no mercado uma bebida que utiliza um fruto do Amazonas em sua receita. O açaí faz parte do dia a dia da população amazonense e de muitos brasileiros em todo o país”, diz o presidente da Coca-Cola Brasil, Xiemar Zarazúa. “Estamos usando o açaí do Amazonas de forma sustentável, em parceria com os moradores da floresta. Vamos, junto com o poder público, ajudar a levar melhores condições de trabalho e mais organização para as comunidades amazônicas”, completou.

Incentivo à produção local – Inicialmente, agroindústrias de Carauari, Manacapuru e Manaus, apoiadas pelo Governo do Estado, vão fornecer o açaí para fabricação da bebida. As empresas do segmento nasceram com financiamento estadual, por meio da Agência de Fomento do Estado do Amazonas (Afeam), com o objetivo de agregar valor à produção gerada pela agricultura familiar nas calhas dos rios e permitir a diversificação de mercado, conforme determinação do governador Omar Aziz.

“Antes da ação direcionada ao projeto da Coca-Cola, o Governo já trabalhava no apoio à criação de agroindústrias e na organização das cadeias produtivas. Equipamos fábricas e demos segurança aos agricultores, com a certeza de ter quem compre a produção. Foram incorporados no programa de regionalização da merenda escolar, mas nossa meta era prepará-los para andar com as próprias pernas, atender a outros fornecedores e mercados”, destacou Valdelino Cavalcante, presidente da Agência de Desenvolvimento Sustentável do Amazonas (ADS), órgão que faz parte do sistema estadual de atenção ao setor primário.

Para viabilizar o desenvolvimento da nova bebida pela Coca-Cola, o Governo do Estado montou uma agenda de trabalho envolvendo a ADS, o Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Amazonas (Idam) e a Afeam.

Na fase inicial, a multinacional contratou a aquisição de 300 toneladas de polpas congeladas do açaí. O produto será processado na fábrica da empresa em Linhares, no Espírito Santo.

“É uma oportunidade de transformar a potencialidade dos recursos naturais em renda, mercado e negócios para o povo. O açaí passa a ser um negócio em escala para o Amazonas. Temos outros produtos que poderão vir nessa nova linha”, afirma o diretor de Assistência Técnica e Extensão Florestal do Idam, Malvino Salvador.

Participam como fornecedores de açaí agricultores extrativistas de Carauari, Manacapuru e Benjamin Constant, nessa fase inicial. O Governo do Estado ofereceu qualificação aos produtores e implementou melhorias nas práticas de coleta, organização da produção, conservação e modernização do transporte.

O planejamento do Estado é enriquecer áreas de cultivo e estimular o plantio no sistema agroflorestal para atender a demanda futura. “Os produtores mais próximos das sedes dos municípios estão envolvidos pela facilidade de transporte. Vamos organizar os produtores das áreas mais distantes, as pequenas associações e financiar os meios de transporte para elas”, disse Salvador.

Três agroindústrias amazonenses foram contratadas pela Coca-Cola para fornecer a polpa do açaí. A Infrutas, localizada no bairro Santa Etelvina, em Manaus; a Agroindústria de Manacapuru (a 68 quilômetros da capital), e a Açaí-Tupã, que fica no município de Carauari (a 788 quilômetros de Manaus). As empresas de Manaus e Carauari foram abertas com apoio da Afeam, com recursos que somam R$ 12,4 milhões para construção da empresa e aquisição de máquinas e equipamentos.

Coletivo Floresta – O projeto irá atuar em três frentes: estimular o empoderamento das comunidades, dar assistência técnica e promover o acesso a uma cadeia de preço justo. O projeto está sendo desenvolvido num processo inovador de co-criação com a comunidade, respeitando a cultura e tradições locais.

As primeiras unidades do Coletivo Floresta serão instaladas nos municípios de Manacapuru e Carauari, onde se localizam agroindústrias credenciadas pela Coca-Cola Brasil, dentro dos critérios internacionais de qualidade da empresa. Um time local irá auxiliar na articulação de parcerias, na assistência técnica e na integração da cadeia de valor, além de liderar e implementar treinamentos sobre cidadania e workshops nas comunidades. No primeiro ano, a expectativa é impactar diretamente 600 famílias extrativistas e, indiretamente, 1.200, em cerca de 50 comunidades.

Trata-se de um projeto de valor compartilhado (criação de valor econômico para a empresa a partir da geração de benefícios para a sociedade). Ao desenvolver a região e incluir o produto em seu portfólio, a Coca-Cola Brasil vai atingir dois objetivos: gerar lucro e transformação social, além de entregar aos consumidores um produto de alta qualidade. Com essa iniciativa, a empresa pretende auxiliar a economia local, a partir do incentivo à indústria de superfrutas, e também conservar a biodiversidade, já que o foco do projeto está nas comunidades extrativistas, mantendo a floresta em pé.

Para atingir os objetivos, a Coca-Cola Brasil vai contar com a expertise da plataforma Coletivo Coca-Cola, presente em 150 comunidades em todo o Brasil, que já impactou, desde 2009, mais de 50 mil pessoas através de seis diferentes modelos. Trata-se de um dos mais ambiciosos programas de valor compartilhado propostos pela iniciativa privada no país.

Del Valle Reserva Açaí+Banana – O néctar chega ao mercado em embalagens Tetrapack de 1 litro e de 250 ml, com imagens que remetem à origem do açaí. Ideal para o consumo no café da manhã e nas primeiras horas do dia, Del Valle Reserva traz os benefícios nutricionais do açaí, fonte de zinco e magnésio, que ajudam na obtenção de energia, e a polpa da banana, que adoça naturalmente a bebida, reduzindo a adição de açúcar. São 92 calorias por 200 ml.

Del Valle Reserva foi desenvolvido no laboratório de Pesquisa e Desenvolvimento da Coca-Cola no Rio de Janeiro, responsável pelo desenvolvimento de novas bebidas para toda a América Latina. É um dos cinco centros de pesquisa avançada da Coca-Cola em todo o mundo, além de Bélgica, Japão, China e Estados Unidos.

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