Moradores do município de Oiapoque, distante 590 quilômetros da capital, Macapá, estão há pelo menos cinco dias sem o fornecimento de energia elétrica. De acordo com a Companhia de Eletricidade do Amapá (CEA), o motivo da interrupção no fornecimento é a falta de condições de tráfego na BR-156.
Os caminhões com combustível não conseguem passar pelos atoleiros, ficando dias na estrada. Com isso, as termelétricas ficam desabastecidas, obrigando a Companhia a racionar o abastecimento. “Estamos há dias perdendo alimentos perecíveis. Já faltam alimentos, gás de cozinha e água potável. Os carros estão nos atoleiros. Perdem os comerciantes e sofre a população”, disse por telefone o comerciante Aguinaldo Nery, 47 anos.
Outro grave problema enfrentando é quanto à questão do transporte de pacientes que precisam ser transferidos para a capital. “Se houver uma emergência daquelas em que o tempo é determinante o paciente vai morrer porque não haverá condições desse transporte por terra”, disse um enfermeiro do hospital de Oiapoque que pediu para não ter o nome revelado.
Durante o final de semana a população fez um protesto na entrada do município cobrando maior celeridade das autoridades para resolver a situação. De acordo com a CEA, no domingo, 29, cinco caminhões abastecidos com 240 mil litros de combustível seguiram para o município, mas não existia a previsão de chegada.
Com as chuvas torrenciais que caem na região, a BR se tornou um rio em determinados lugares. Em função dessa situação de calamidade, o Ministério Público do Estado reuniu no início da noite de ontem com representantes da Secretaria de Estado dos Transportes (Setrap), do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) e da Polícia Rodoviária Federal (PRF).
O Ministério Público do Estado cobra uma medida conjunta e de extrema urgência dos entes federados para resolver o problema, sob pena de mover ações por causa do descaso que tem sido dado para o problema. Hoje pela manhã o MP-AP divulgará o resultado do encontro e as medidas a serem tomadas.
Fonte: Diário do Amapá
