Belo Horizonte – A torcida do Atlético-MG costuma dizer que as coisas sempre são mais difíceis para o clube, e o jogo desta quarta-feira, contra o Lanús, no Mineirão, mostrou exatamente isso. Brasileiros e argentinos fizeram um duelo eletrizante na decisão do título da Recopa. Nos 90 minutos, vitória do Lanús por 3 a 2, placar que levou a decisão para a prorrogação, já que o Galo venceu a partida de ida por 1 a 0. No tempo extra, os atleticanos chegaram novamente ao empate e à incrível vitória por 4 a 3.
O Atlético-MG saiu na frente com um gol histórico de Tardelli, cobrando pênalti, no centésimo dele pelo time mineiro. A virada do Lanús veio ainda no primeiro tempo, com Ayala e Santiago Silva. O Galo sentiu os gols argentinos e só no fim da etapa inicial conseguiu o empate com Maicosuel. Nos acréscimos do segundo tempo, Acosta recolocou os visitantes à frente no marcador. Na prorrogação, Luan se tornou o herói dos atleticanos ao empatar o duelo, contando com ajuda do desvio de Gómez. O jogo virou festa total com o gol contra de Ayala.
Curiosamente, a partida que começou na quarta-feira só terminou na quinta, dia 24 de julho. A data é simbólica, porque exatamente há um ano o Atlético-MG conquistava a Libertadores pela primeira vez, em uma final também dramática contra os paraguaios do Olimpia no Gigante da Pampulha.
Os jogadores do Atlético-MG terão pouco tempo para curtir o título da Recopa, já que no domingo o clube já terá compromisso pelo Campeonato Brasileiro, enfrentando o Sport, na Ilha do Retiro. O Galo ocupa a 11º posição na competição nacional e também quer brigar pelo título nacional.
O jogo
Atuando no Mineirão lotado, o Atlético-MG partiu logo para cima dos argentinos e, aos cincos minutos, Ronaldinho cobrou escanteio pela direita, Leonardo Silva desviou de cabeça e o zagueiro do Lanús meteu a mão na bola, o árbitro uruguaio Roberto Silvera não titubeou e marcou pênalti para o Galo. Ronaldinho Gaúcho permitiu que Tardelli fizesse a cobrança, e ele não decepcionou.
Tardelli deslocou o goleiro Marchesín e levou a torcida atleticana à loucura com um gol histórico, já que representou o tento de número 100 do jogador com a camisa do Galo. Os alvinegros ainda comemoravam quando, aos oito minutos, a defesa atleticana vacilou e deixou Ayala livre para empatar o jogo no Gigante da Pampulha.
O clima de festa dos torcedores nas cadeiras Mineirão diminuiu em intensidade com o empate argentino. Assim como o público, o time brasileiro também pisou no freio, permitindo o crescimento do Lanús na partida. À beira do gramado, o técnico Levir Culpi tentou acalmar os comandados, que passaram a errar algumas jogadas simples, colocando o setor defensivo em risco.
Precisando da vitória a qualquer custo, os visitantes não se limitaram a ficar no campo de defesa e buscaram agredir o Atlético-MG, postura que aparentemente surpreendeu o Galo, que demorou um pouco a entender a dinâmica da partida e tomou a virada aos 25 minutos. Após cobrança de falta cruzada para a área, Victor fez a defesa, mas deixou o rebote nos pés de Santiago Silva, que empurrou para as redes.
O gol do Lanús silenciou o Mineirão por alguns instantes, mas logo a torcida voltou a apoiar a equipe, e o time acordou, retomando o controle do confronto. Aos 37, o empate saiu com Maicosuel, que antecipou a marcação argentina e completou cruzamento perfeito de Marcos Rocha, desviando com o pé direito. Antes do intervalo, o avante Jô ainda teve a chance de marcar o terceiro, mas Marchesín fez grande defesa.
Tradicionalmente, as equipes da Argentina não costumam desistir fácil de uma batalha, e foi exatamente isso que o Lanús fez no Mineirão. O time do técnico Schelotto voltou para a etapa final disposto a buscar o resultado, gerando um grande jogo em BH. As chances surgiram para os dois lados, com o Atlético-MG tendo as oportunidades mais claras.
Toques rápidos, explorando as laterais do campo foram as armas usadas pelos visitantes, que deram trabalho para o Galo. Várias bolas foram levantadas para a área alvinegra, procurando principalmente o avante Santiago Silva. Em alguns momentos, os argentinos chegaram a acuar o Galo no campo de defesa.
Percebendo a instabilidade da equipe, Levir Culpi foi obrigado a mexer no time, sacando Ronaldinho Gaúcho, que foi discreto no jogo, para entrada de Luan, recuando Tardelli para a armação das jogadas. Com o passar do tempo, a tensão foi tomando conta dos atletas, e a partida ficou nervosa, com muitas faltas, discussões e reclamações.
A pressão do Lanús foi grande até o fim do jogo e, como prêmio, os argentinos chegaram ao terceiro gol aos 49 minutos do segundo tempo. Acosta foi o responsável por levar a decisão da Recopa para a prorrogação, gerando um drama para os atleticanos no Mineirão.
No tempo adicional, o confronto entre brasileiros e argentinos seguiu com as duas equipes perseguindo a vitória. Aos 12 minutos, Luan foi à linha de fundo e tentou o cruzamento para a área, a bola desviou em Gómez e foi morrer nas redes de Marchesín, levando a torcida à loucura no Gigante da Pampulha. No segundo tempo da prorrogação, Ayala decretou o título do Galo ao tentar um recuo e marcar contra, fazendo enfim o grito de campeão ecoar no Mineirão.
Fonte: Gazeta Press