Artesanato e alimentos são destaque na Rodada de Negócios

(Reportagem: Layana Rios/Foto: Joel Rosa)

Tradicional evento da programação da Feira Internacional da Amazônia (FIAM), a Rodada de Negócios chegou à sétima edição, nesta quinta-feira (28), no Salão Nobre do Studio 5.

Este ano, 67 micro e pequenas empresas da Amazônia brasileira, ofertantes de produtos e serviços regionais, se cadastraram na Rodada para reuniões com 28 empresas compradoras, nacionais e internacionais.

O foco da Rodada de Negócios é a venda de produtos e serviços produzidos com matéria-prima da região amazônica. De acordo com o gerente da Unidade de Acesso a Mercados do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae/AM), Jenner Pinheiro, que coordena da Rodada, os principais produtos negociados pelas empresas compradoras este ano foram artesanato; fitoterápicos e fitocosméticos; e alimentos e bebidas, mas também houve procura por biojoias e bijuterias; móveis e madeira; e produtos orgânicos.

As empresas compradoras de produtos e serviços são de Alagoas, Distrito Federal, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Santa Catarina e São Paulo, e também dos países Alemanha, Angola, Argentina, Equador, Espanha, Itália, Trinidad & Tobago e Uruguai. Vinte empresas são nacionais e oito internacionais. Das micro e pequenas empresas ofertantes, a maioria é dos Estados do Amazonas, Rondônia e Roraima, segundo informações do Sebrae/AM.

Ricardo Pedroso, do Projeto Terra, de São Paulo, veio à Rodada de Negócios à procura de artesanato em geral. “Procuro trabalhar sempre com produtos naturais e que tenham um conteúdo social e ecológico”, explicou. O resultado da busca foi bastante positivo, na avaliação do empresário. “Fechei vários negócios, com mais de 10 artesãos. Os valores foram diferentes, mas creio que algo em torno de R$ 15 mil reais, ao todo”, afirmou. A maior parte dos produtos comprados foi cestraria. “Comprei muita cestaria indígena de várias etnias, é uma oportunidade fantástica ver isso de perto porque em São Paulo não temos esse acesso. Também vi biojoias muito interessantes”, informou.

Interesse internacional

Entre os empresários internacionais que vieram ao evento, está o diretor da UPP Trading, Juan Pablo Peñaherrera, do Equador, que trabalha com importação e exportação e pesquisa de mercado para introduzir o produto brasileiro no mercado equatoriano, principalmente a linha de alimentos, indústria e construção. Durante a rodada, o foco do empresário foram os produtos alimentícios, em especial frutas processadas, como açaí, cupuaçu e guaraná, e o chocolate brasileiro recheado com frutas regionais.

Pela segunda vez como comprador na Rodada de Negócios, ele explica que em sua primeira participação, na edição de 2009, não conseguiu fechar negócios devido a falta de conhecimento dos micro e pequenos empresários sobre os preços corretos para exportação. Segundo ele, neste ano a realidade ainda não mudou por completo, mas alguns empresários já conseguiram melhorar suas ofertas, com o assessoramento do Sebrae/AM. “Muitas empresas também ainda não entregam catálogo dos produtos. Percebi que as empresas do segmento de artesanato já trabalham isso muito bem, mas na minha área de negócio, ainda não é feito”, observou.

Mesmo assim, neste ano, o empresário está negociando com a Cooperacre, cooperativa que trabalha com a castanha de caju. “Não estava procurando este produto, mas a empresa mostrou uma qualidade que me fez propor uma compra de U$S 5 mil”, afirmou.

Para os ofertantes de produtos regionais, o dia foi de bastantes negociações. É o caso de Sílvio Romão, indígena da etnia tukano, localizada no alto Rio Negro de São Gabriel da Cachoeira, fundador da Arte Tucano, que representa a cooperativa do Alto Rio Negro Guapes, localizada na Colômbia. Romão trouxe a cestaria que é confeccionada pelas comunidades da região e se surpreendeu com a demanda dos compradores pelo seu produto. ”Vendi as amostras que trouxe, cerca de 200 peças, e recebi encomenda de aproximadamente duas mil peças”, afirmou. Para ele, a oportunidade da Rodada traz ânimo para a produção da cooperativa. “Estou muito feliz porque a maioria dos empresários daqui não dá valor ao artesanato, mas os de fora dão muito e as cooperativas precisam de uma produção constante para poder se manter. O Sebrae nos ajudou muito com nossa participação aqui”, disse.

O resultado da geração de negócios imediatos, bem como o volume de reuniões realizadas durante a VII Rodada de Negócios será divulgado no encerramento da FIAM, no sábado (30), pela Superintendência da Zona Franca de Manaus (SUFRAMA).

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